Capítulo um.

99 12 29
                                    

Olá Anjinhos.

Boa leitura...

               ***♡***

O pesadelo começa como sempre. Em um segundo, está no sono profundo. Então, de repente, está mentalmente consciente de que está acordado, mas seu corpo é incapaz de se movimentar, exceto por seus olhos, deixando-o impotente para lutar contra a figura sombria que entra em seu quarto pela porta fechada. 

Jongin sabe que é inútil lutar contra o sonho. Seu corpo parece como se fosse um paciente sob os efeitos da anestesia, sentindo o bisturi do cirurgião fazer uma incisão em sua carne, incapaz de gritar e o fazer parar a cirurgia. 

Em sua mente, começa a contar para trás para se acalmar, esperando a sombra matá-lo. Nunca foi capaz de ver o seu atacante. Não, o dom que ganhou desde o nascimento garante que não seja capaz de avisar as pessoas cujas mortes acontecem em seu quarto antes que realmente aconteça. 

Não sabe quantos anos tinha quando os pesadelos começaram. Sua mãe uma vez lhe disse que chorava sem parar à noite, quando era um bebê. Pensando que era cólica, ela não percebeu que eram pesadelos até que pudesse falar sobre o bicho papão que entrava em seu quarto à noite. Seu pai ria e zombava dele até que parou de tentar explicar os sonhos para eles. 

Foi a sua avó que descobriu que os pesadelos aumentavam quando alguém que eles conheciam morriam. Seu pai dizia que era uma besteira supersticiosa que sua avó havia implantado na mente de sua mãe, mas às vezes via incerteza quando a natureza violenta das mortes de amigos e familiares era estranhamente parecida com seus sonhos. 

Os sonhos aumentaram tanto em frequência e intensidade que ficava com medo de dormir à noite até que a vítima fosse revelada. Foi só quando ficou mais velho e os dons de Kris, Chen e Hyuna se tornaram aparentes que percebeu que não estava enlouquecendo.

A sombra caminha com pés silenciosos para ficar ao lado de sua cama. Então, quando a figura se inclina até sentir o cheiro podre da morte em sua respiração, Jongin sente o suor na testa antes de descer para pousar no travesseiro sob a cabeça. 

Desesperado, perde o foco nos números que conta. Em vez disso, tenta se imaginar sentado ao lado de um lago com o sol brilhando. É nesse momento que abruptamente sente um lampejo de dor agonizante quando as pernas estão sendo torcidas até que os ossos se quebrem enquanto um peso esmagador se acomoda em seu peito até que não consegue respirar. 

Sua mente grita para lutar contra a sombra que está causando tanta dor. Os tendões em seu corpo se esticam sob sua pele, tentando se mover apesar de paralisados até que seu sonho termine. 

Termina como todos os outros — com ele ofegante, procurando por ar que não tinha até que se sente perdendo a consciência, caindo em um vazio escuro antes de ser mergulhado de volta ao seu corpo. 

Ele acorda, senta-se na cama. Tremendo, Jongin desliza as pernas para fora da cama enquanto as alcança, assegura-se de que não estão feridas. Levantando, começa a pegar sua calça jeans, mas se contém. Não há necessidade de acordar Chen e Xiumin no meio da noite. Nem ligará para acordar Kris e Zitao, que viriam de sua casa a apenas um quilômetro de distância da que ele divide com Chen e Xiumin.

— Papai?

A batida suave na porta do quarto faz com que Jongin se aproxime descalço, abrindo para ver seu filho em pé do outro lado.

— Ouvi um barulho. Posso dormir com você? — Mingyu murmura baixinho para não acordar os outros na pequena casa.

— Hunter está do lado de fora. Ouviremos ele latir se alguém invadir o quintal. — Jongin deixa o filho entrar em seu quarto, observando com humor o menino dar um salto voador em sua cama enquanto fecha a porta. 

Reivindicando o InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora