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Entregada de bandeja ao inferno e a este sucumbi, olhei nos olhos da morte e me perdi

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Entregada de bandeja ao inferno e a este sucumbi, olhei nos olhos da morte e me perdi.

Antes protegida pelos portões do céu e agora expulsa, exilada, usada como sacrifício para um bem maior, para salvar vidas que nunca conheci, para cumprir um acordo que nunca consenti, algo que veio anos antes de mim.

Com as garras das sombras cravadas em mim, me rendi ao desejo. Eu desconhecia  tal sentimento até passar por aquela maldita porta e encarar sua face.

Desejá-lo era um deleite a morte, tudo em si era convidativo  a cair nos desejos mais profanos. Meu corpo estremecia em sua presença, cada célula que existia em mim pedia por sua dominação, por seus dentes cravados em meu pescoço me tornando e me fazendo sua.

Ele é um príncipe das trevas e eu desejava ser sua princesa, eu queria sua pele gélida sobre mim da maneira mais erótica possível.

Ele é um demônio da perdição e eu desejava que ele me tomasse para si com fúria e aspiração, eu ansiava por isso constantemente.

Ele é a personificação do pecado e eu me renderei facilmente e sem hesitação.

Enquanto eu o cobiçava ferozmente, para ele eu era apenas seu objeto descartável, sua fonte temporária de sobrevivência, um brinquedo que ele deixaria as traças e depois incendiaria e logo substituiria.

Mas algo que não estava em nossos planos aconteceu.

Eu me tornei sua fonte infindável, sua perdição e sua ruína. Antes que pudéssemos perceber estávamos caindo num abismo sem salvação.

Me tornei seu castigo pelo seus pecados e o levarei a insanidade. Eu vou saciar a sua sede e te matar de fome.

Em meu sangue corre o poder que por anos ele buscou incansavelmente e junto dele uma maldição. Meu sangue é  sua droga e seu veneno.

Nossos desejos são uma maldição, nos consumindo, nos corroendo, nos dominando e nos tornando submissos, escravos de nós mesmos, e mesmo quando ele nos dilacera o cobiçamos incondicionalmente.

Por essa cobiça eu darei minha vida, fui de encontro ao desconhecido e me perdi, fiquei fora de mim, cedi aos sentimentos impuros e desconhecidos que residiam no fundo do meu subconsciente. Me rendi ao desejo de ser consumida por alguém,  contíguo desse a dor ao qual me adaptei e assimilei ao prazer, aspirando que não tivesse fim.

Tudo isso nos tornou doentios e ainda assim estava tudo bem, cada toque nos levávamos mais a perdição e quando tudo isso acabasse nos quebraríamos em mil pedaços, contudo, faríamos tudo outra vez mas, não por amor e sim necessidade, um usando o outro para benefício próprio.

Amaldiçoados, necessitados, egoístas, perdido entre a dúvida do certo e o errado, um golpe fatídico no tornou escravos de nossas próprias ambições e por mais que lutemos, reagimos e nos rebelamos, todos os caminhos nos levará a morte.

 𝕯𝖊𝖘𝖊𝖏𝖔𝖘 𝖉𝖊 𝖚𝖒 𝖛𝖆𝖒𝖕𝖎𝖗𝖔 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora