Our Last First Kiss // JJK

Capítulo 3

Aquele dia havia sido um dos melhores para Seo-yun, até o momento em que teve que chegar em casa. Passou o caminho todo pensando na festa que Kim Taehyung havia proposto, tinha até pegado o número para contato com eles caso ela decidisse ir, mas sabia que ao chegar em casa, seu humor poderia mudar e ela resolveria se trancar no quarto e não sair para nada. Tudo dependia de como estava o ambiente em casa.
Quando chegou, apenas sua mãe e seu irmão estavam em casa, o que já era uma vantagem já que não se dava bem com seu pai, principalmente e sua relação com a mãe só era conturbada por conta da mulher sempre ficar ao lado do pai de Seo-yun, mesmo que ele estivesse errado.

- Querida! Preparei kimbap para você! - sua mãe disse assim que a garota entrou em casa. - Como foi a aula?

- Por mais incrível que pareça, foi incrível!

Naquele momento, Seo-yun sentiu vontade de chorar. As coisas haviam dado certo durante todo o dia e sua mãe estava a tratando bem. Por um instante, sentiu seu coração aquecer pelo afeto que há muito não sentia. Tinha inveja de seu irmão que, por ser muito pequeno, não entendia o que acontecia dentro de casa e ainda conseguia amar de todo coração o pai e a mãe. Seo-yun infelizmente sabia o que acontecia muito bem. O coração aquecido pelo afeto não durou muito, pois alguns minutos depois, ouviu o carro do seu pai parar na garagem da casa. Depois de pegar seu kimbap, seguiu para o seu quarto, apenas sorrindo para a sua mãe, grata pela breve demonstração de afeto. Ao chegar em seu quarto, após trancar a porta - como sempre fazia -, se sentou na beirada da cama, lembrando de como foi bom estar com Taehyung e os amigos.

- Não seria ruim ir à festa deles... - a garota falou para o urso de pelúcia em cima da escrivaninha.

Não seria ruim ir a festa, mas sim ter que encarar seu pai para pedir permissão. Um dos maiores desejos de Seo-yun era finalmente chegar à sua maioridade, para poder fazer o que quisesse sem antes ter que pedir permissão. Mesmo que soubesse que não seria fácil, era melhor do que viver com seu pai em seu encalço.
Depois de comer sua refeição, no quarto mesmo, e após pensar muito, a garota decidiu que sairia naquela noite mesmo que seu pai não permitisse. Ela só não sabia como. Seo-yun pegou seu celular, abrindo o contato de Taehyung.

"Aqui é a Kim Seo-yun.
Eu vou para sua festa,
me envie o endereço :)"

Não demorou para que o garoto mandasse uma mensagem animada de volta anexada ao endereço de Jungkook, que após muita insistência dos amigos, cedeu à ideia.

°•❁•°

Quando Jungkook chegou em casa, sua mãe se preparava para sair. Jungkook era filho único, sua mãe era enfermeira e a única que trazia dinheiro para casa, por isso dobrava turnos sempre que podia, então sempre que ela ia para o trabalho, o garoto ficava sozinho. Foi assim desde pequeno e sua rotina era sempre a mesma. Jungkook acordava e preparava seu café, o básico por não saber cozinhar muitas coisas tão novo, se preparava para a escola e ia sozinho, quando chegava, ele preparava o jantar e estudava alguma matéria que estivesse em falta.

Antes de conhecer seus amigos, não costumava sair ou ter alguém para conversar. E eram nessas horas que Jungkook sentia falta de ter um pai. Via as outras crianças animadas no dia em que levavam o pai na escola para conversar sobre sua profissão e nesse dia Jungkook sempre faltava. Era um dos únicos dias que ele podia faltar a aula. As coisas básicas da infância de um garoto foram aprendidas com sua mãe, coisas que todo pai ensinava para o filho Jungkook teve que aprender sozinho. Talvez fosse por isso o fato dele não se dar bem com garotas, ele costumava pensava. Não tinha seu pai para lhe ensinar a jogar futebol ou fazer a barba, o garoto sempre se cortava na tentativa de aprender a se barbear sozinho. No final das contas, ele mal sabia o que havia acontecido com seu pai. Era uma coisa a qual sua mãe não gostava de conversar e Jungkook nunca insistiu. O garoto aprendeu a viver sem uma figura paterna em casa e sempre depositou todo o seu carinho e admiração na mãe, que era quem merecia.