Seo-yun sentiu a claridade em seus olhos, ainda fechados, aumentar. Deduziu que as cortinas estavam sendo abertas, mas não ouviu barulho algum dos trilhos da cortina correrem. Esticou o corpo na intenção de mandar para longe a moleza que sentia, seu corpo parecia muito relaxado e isso fazia com que ela desejasse ainda mais ficar deitada naquela cama, na companhia de quem já havia estado ali durante toda a noite.
Só depois de alongar todo o corpo é que abriu os olhos e o que viu fez um frio correr por seu estômago e um sorriso esticar seus lábios. Jungkook estava sentado na beira da cama, de costas para ela. Não vestia nada além da calça escura do pijama que usara. A falta de tecido cobrindo os músculos bem desenhados de suas costas fez o rosto de Seo-yun corar. Ela só esperava sentir tudo isso pelo resto da vida ao lado dele.
Seo-yun esticou os braços mais uma vez, ato que gerou um grunhido baixo em sua garganta, mas suficiente para fazer Jungkook se virar para trás, instantaneamente abrindo um sorriso. As pálpebras ainda cheinhas denunciavam que ele havia acordado não fazia tanto tempo. A mulher se sentou na cama, recebendo um abraço longo e apertado logo que Jungkook se aproximou sobre o cobertor branco que a cobria.
— Bom dia! — ele falou baixo próximo a ela, beijando o ombro descoberto de Seo-yun. O hálito fresco denunciando que muito provavelmente ele já havia escovado os dentes.
— Eu preciso escovar meus dentes! — Seo-yun exclamou, cobrindo a boca assim que começou a falar. Jungkook soltou uma gargalhada boa, causando em Seo-yun mais frios na barriga.
— Vai ser assim de agora em diante? — ele disse ainda tomado pelas risadas.
— Sim! — Seo-yun se levantou, levando consigo o edredom para permanecer com o corpo coberto, mesmo que a outra pessoa dentro daquele quarto já tivesse conhecido cada mínima parte de seu corpo durante a noite anterior. — E vou fazer questão de acordar primeiro que você todos os dias... Não é justo que eu te veja lindo e você me veja assim, parece que um caminhão foi e voltou várias vezes em cima de mim!
— São apenas resultados... — Seo-yun não esperou Jungkook terminar de falar, fechando a porta do banheiro em um estrondo rápido que o fez rir ainda mais.
Seu rosto estava vermelho como um tomate maduro e Seo-yun pôde constatar isso assim que olhou para seu reflexo no espelho. O rosto estava corado, o cabelo desgrenhado e a boca rosada. O último detalhe a fez sorrir, as memórias da noite anterior estavam vívidas em sua mente.
O banho foi rápido, não queria perder mais nenhum momento longe de seu, agora intitulado, marido. Apenas foi o tempo de lavar o cabelo, ainda com alguns grampos do penteado que usara em seu casamento e a maquiagem que ela mal havia tirado ao chegar no hotel. Assim que saiu do banheiro, com uma toalha em volta de seu corpo, percebeu que estava sozinha naquele quarto. Respirou fundo, com uma certa pitada de alívio. Ainda precisaria aprender e se acostumar com a ideia de que não havia mais nada que ela pudesse esconder, mesmo com todas as neuras com relação ao seu corpo.
Vestiu uma das roupas que já havia planejado quando arrumou a mala. Eles passariam alguns dias em um hotel bonito em frente a praia, suas roupas haviam sido escolhidas seguindo a ideia de que faria sol todos os dias. Naquele dia o sol estava envergonhado debaixo de algumas nuvens, mas Seo-yun tinha esperanças de que ele perderia a vergonha e usou um vestido de tecido fino com alças. Usaria biquinis debaixo do vestido se sua intuição estivesse certa.
Foi o tempo exato de Seo-yun colocar suas roupas e pentear os cabelos e Jungkook entrou pela porta segurando uma bandeja repleta com pães, sucos e frutas, além de duas xícaras de café.
— Agora eu posso ganhar um beijo seu? — ele perguntou assim que colocou a bandeja sobre a cama. — Eu precisei usar uma leve persuasão para que deixassem eu trazer o café para o quarto...
Seo-yun apenas sorriu em resposta, envolvendo o pescoço de Jungkook com os braços e selando seus lábios nos dele em um beijo contido. E o barulho intrometido em seu estômago gritou em alto e bom som que ela estava com fome. Ambos sorriram, se sentando ao lado da bandeja sobre a cama.
Já estavam terminando de comer e para a surpresa de ambos a bandeja estava praticamente vazia, quando Jungkook apenas parou e ficou em silêncio, os olhos guardando para si a imagem de cada mínimo detalhe da mulher a sua frente. Já estava extasiado pela lembrança de tudo que viveram até chegarem ali, mas o êxtase era muito maior por conseguir sentir o amor entre os dois mais evidente do que antes. Sentia também que poderia ficar ali, com Seo-yun, naquele quarto pelo resto da vida se ela prometesse o amar por inteiro todos os dias.
— Amor, — Jungkook a chamou e notou suas bochechas corarem com um breve sorrisinho e prosseguiu — quando você citou naquele recado sobre contarmos para os nossos filhos sobre nossa história... Você estava falando sério?
— Eu não estava blefando... — Seo-yun disse após a primeira mordida em um morango grande e vermelho — Se antes eu já imaginava alguns menininhos com a sua cara correndo pela casa, agora tenho certeza de que quero isso.
— Certo... — Jungkook sorriu, retirando a bandeja da cama e colocando-a sobre o móvel aos pés da cama. — Então acho melhor já começarmos a nos preparar para isso... — continuou, se aproximando da mulher da sua vida e sorriu ao vê-la deitada, entre seus braços com os olhos brilhando e os lábios entreabertos em um sorriso — Precisamos combinar a quantidade...
— E os nomes... — ela completou.
— Nossa menina precisa ter o nome da minha avó, tradição de família...
— Eles estudarão inglês desde cedo, eles precisam saber manter uma conversa com os avós maternos...
— Eles só poderão namorar depois dos trinta...
— Não é muito cedo para pensar nisso? — Seo-yun riu alto com a expressão de Jungkook e ergueu o corpo por alguns centímetros apenas para dar-lhe um beijo rápido.
— É sim, a minha preocupação no momento é com outra coisa! — ele disse entre caras e bocas e se aproximou de Seo-yun, agora para um beijo longo e apaixonado.
E ali ficaram, entre beijos e risadas. Se amaram, se conheceram e sonharam com o futuro. Eles possivelmente teriam alguns filhos dali alguns anos, dois ou três foi o consenso entre ambos. Os filhos estudariam inglês e fariam aula de música. Seo-yun cozinharia as mais diversas comidas divertidas para eles e Jungkook deixaria que os pequenos colorissem suas tatuagens e fizessem penteados engraçados em seu cabelo, que ele prometeu para a esposa que deixaria crescer apenas a título de curiosidade.
Eles viajariam esporadicamente para os Estados Unidos para visitar a avó e Charlie, o avô dos pequenos. Seong-su seria obrigado a dividir seus jogos de videogame com os pequenos e choramingaria com Seo-yun todas as vezes que Jungkook o vencesse em partidas de futebol. Não deixariam de visitar Ma-ri, a avó paterna e ocupada deles, que sempre teria tempo para eles mesmo com os turnos ocupados no hospital que trabalhava.
Na primavera, o casal levaria seus filhos para visitar os tios. Finais de semana na casa de Ji-hye e Seokjin para brincarem com os gêmeos do casal. Em outros, visitariam Taehyung e Ha-ni na França para se divertirem com o tio mais engraçado que eles poderiam ter. Amariam passar dias na casa do tio Hobi, ou na casa "maneira" do tio Yoon, ou temporadas de outono na casa do tio Nam. Os finais de semana de verão seriam garantidos na casa de praia do tio Minie, que ensinaria a eles passos de balé sempre que quisessem.
E principalmente, seriam felizes assim como seus pais foram. Teriam uma infância e adolescência saudável e assim que se permitissem conhecer alguém, teria o apoio e os conselhos que tanto Seo-yun como Jungkook não tiveram. E eles se esforçariam e muito para serem os melhores pais e os mais apaixonados do mundo.
Como sempre sonharam em ser.
♡
Agradecimento especial às minhas melhores amigas e (até o momento) únicas leitoras, mas as mais especiais que eu poderia ter. Foram vocês que me incentivaram a começar a escrever e foi por vocês que eu cheguei até o final dessa história.
Amo vocês!
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Our Last First Kiss // JJK
FanfictionNão ter a vida considerada normal como as garotas da sua idade era como um martírio para Seo-yun. Ela ainda não havia provado como era ser feliz do jeito que ela imaginava ser aos 17, não sabia como eram as festas e ainda não havia dado seu primeiro...