II

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Os dois se despediram e seguiram seus caminhos. Carlo sentiu-se um pouco ansioso. Essa era sua chance de recolher informações úteis, finalmente, depois de perder tanto tempo brincando de soldado. Faria tudo ao seu alcance para arrancar qualquer coisa que o levasse de volta para seu lar.

Seguindo caminho para casa, não deixou de pensar em como ele era. Park Chanyeol. Por que usava seu nome oriental, ou por que não compartilhava do sobrenome Rosso? Pensamentos à solta, tentou imaginar como ele seria. Sabia que tinha 30 e poucos anos, mas apenas isso. Nunca sequer o viu nesses 2 anos de trabalho. Dois anos que valeram a pena, uma vez que se tornara, agora, um homem da confiança de Dom.

Ao passar pela porta de casa, reparou que os outros dois dormiam em seus quartos e não quis acordá-los. A sala estava em ordem, da maneira como havia deixado. Arrumou suas coisas em uma mochila, sem pressa, deleitando-se do prazer de tudo estar arrumado perfeitamente. Não espalhar bagunça era a condição para os outros permanecerem.

Carlo pensou em se despedir. Indo em direção ao quarto de Ian, lembrou-se que não gostava de dar explicações sobre seus trabalhos, tampouco preocupá-los.

Logo, apanhou suas chaves e saiu.

⧫⧫⧫

A viagem de moto até Nero foi rápida. Percorreu o território Rosso ao longo da costa, dirigindo-se ao sul, à Nero. Carlo chegou ao endereço que Dom havia lhe dado, e ao tirar o capacete, ainda com os cabelos bagunçados, admirou a suntuosidade daquele lugar à medida que se aproximava, no alto. Toda a estrutura era inspirada nos antigos castelos italianos, com vários prédios destoantes em tamanho, além da presença de algumas torres. Nelas, havia a movimentação de vigilantes, todos estudando quem acabara de chegar.

Em algumas partes, os prédios tinham um toque esverdeado, consequência dos musgos crescidos ali. Próximo à entrada, havia um jardim de rosas e crisântemos que cercava toda a residência, acabando ao pé de uma grande estufa de vidro, com ainda mais variedade de flores e plantas. No vasto campo, havia um interminável vale de vinhedos em longos corredores que exalavam um perfume doce e forte que acabam no começo de uma floresta de pinheiros e outras árvores que Carlo não conhecia.

Entrando na propriedade, logo foi recebido por uma senhora, a quem Carlo pensou ser a responsável por tudo naquele lugar. Havia sido avisado sobre ela.

— Senhora Francesca, padrinho Domenico me falou da senhora. — Carlo disse, fitando sutilmente a mulher de 50 anos à sua frente.

— Hum... Eu vejo. — A velha senhora pareceu analisar Carlo da cabeça aos pés — Aqui todos me chamam de Mamma, o mesmo serve para você, querido. — disse a senhora, aparentando uma tênue personalidade entre gentileza e estresse — Dom enviou você, não é? — obteve uma balançar positivo de cabeça como resposta, e deu-se por satisfeita — Ora essa, então venha, vamos comer! Depois lhe mostro o lugar e onde você ficará. Chanyeol chegará mais tarde.

Acompanhando a senhora, permitiu-se aproveitar a decoração abastada daquele lugar, mas sua visão logo cansou devido a tantas luzes e cores ao seu redor. Mamma fez como havia dito, alimentando-o com tortas, bolos e diferentes tipos de cappuccino e lhe mostrando os cômodos principais após isso, assim como seu quarto, lugar onde ficaria sempre que Chanyeol não precisasse dele. "Quando poderei ocupá-lo, então?", pensou ele, se deveria lhe acompanhar todo dia, em todas as horas. 

Saberia se aquilo funcionaria ou não assim que visse Park Chanyeol.

Snake and Colours | PCY + BBHOnde histórias criam vida. Descubra agora