Já ao cair da tarde, fazendo o resto do caminho à pé, deram-se conta de que o tempo voava e faziam o caminho de volta. O Sol passou o dia entre as nuvens, causando um clima agradável ao ar livre. Chanyeol, que havia sido o primeiro a descer de seu cavalo, caminhava ao lado de Carlo, que fez o mesmo, intencionado a sentir sua aproximação.
Durante todo o caminho, cavalgaram devagar, às vezes sendo interceptado por um trabalhador da vinícola, que apressadamente parava o que quer que colhesse para cumprimentar Chanyeol.
— Todos adoram você. — Carlo havia comentado, com os olhos mirando o pôr do Sol.
— Tutti mi vogliono* — Chanyeol insinuou. Carlo assentiu sem perceber. — E posso entender o porquê — disse, olhando em sua volta — Este lugar era um buraco miserável.
— Você fez um bom trabalho... digo, com esse lugar. — Carlo completou. — Por isso todos te adoram, capo.
Chanyeol pensou por um instante, sem palavras e desconcertado de tal maneira que há muito não acontecia.
— Fiz apenas o que pude. — afirmou.
Carlo sabia que, mais que isso, Chanyeol amava este lugar. Entregar um lado tangivelmente sensível fez as sombras dos rumores sobre o capo se desfazerem como papel machê. Quando estavam de volta ao estábulo, Rhaz aguardava com um cigarro aceso entre os dedos. Ao perceber que voltavam, pisou sobre as cinzas no chão, desfazendo-se de seu prazer momentâneo. Olhou bem para ambos, pegou Solare, e disse:
— Demoraram demais. Carlo, entendeu suas tarefas? — perguntou, parecendo sincero.
— Sim.
— Faça um percurso parecido em todos os seus turnos. Irá revezar com AJ e Jack essa semana.
— Entendido.
— Não tente algo engraçado. — Rhaz insinuou, os olhos cerrados.
— Poderia calar sua boca grande, Rhaz? — Chanyeol se intrometeu.
— Não estava falando com você — estendeu a mão para apanhar o cavalo de Carlo pelas rédeas.
Tarde demais. Carlo havia sido ágil e, como havia observado e aprendido mais cedo, guardou seu cavalo em seu lugar.
— Obrigado, Rhaziel, não era preciso. — Carlo disse, apático.
Chanyeol permaneceu ali, Carlo poderia jurar que viu uma expressão travessa no rosto do maior. Quando Carlo virou as costas, seus lábios ameaçavam, sem produzir som, alguma coisa para Rhaz, fazendo-o rir pela primeira vez no dia. Parecia mais relaxado agora, após confirmar que tudo estava sob controle.
— Vejo você amanhã, minore. — disse, referindo-se ao capo.
Então seguiu com Solare, desaparecendo do campo de visão de Chanyeol — felizmente. Percebeu que Carlo estava imóvel ao seu lado.
— Pretende me fazer companhia até mais tarde, não é?
— É minha missão, capo. — disse Carlo.
— Então, venha comigo.