Digital Sand

Paranoid Rain

Niall Horan era um homem de agir pouco e falar menos ainda. Quando chegou em casa, jogou as chaves na escrivaninha no pequeno apartamento que tinha alugado em Londres — não que fosse ruim, já estava acostumado a ter pouca mobília e deixar o espaço quase exclusivamente para as parafernalhas de computadores que tinha. Na sala, dois sofás, um tapete não muito estiloso, num tom de cinza levemente apático, mas uma televisão grande, gigante, conectada ao computador, usava-a como tela. O monitor, porém, também estava ligado, mostrando imagens diferentes da televisão.

O deixava extremamente preocupado o que havia acontecido de manhã, as informações que tinha recebido sobre as suspeitas de seus colegas quanto a ele ser o Limpador. Que diabos foi aquilo? Ele jogou-se no sofá confuso, olhando a tela da televisão que mostrava o jogo que ele já jogava há anos — World of Warcraft, o famoso RPG online, jogado por pessoas do mundo todo — ele tinha acabado de logar-se no mundo virtual não exatamente para jogar, mas para ver se sua amada estava online.

O casal começou como brincadeira no jogo, mas Niall sentiu aquilo evoluindo, ela era mesmo uma mulher maravilhosa. Falavam-se desde que Niall havia mudado para Londres e, pela primeira vez em anos, sentia-se completamente apaixonado por alguém e, algo que antes não havia experimentado com frequência: estava sendo correspondido. Seu nome do jogo era Rigby e ele sentia, a cada dia que passava, que precisava conhecer aquela mulher o quanto antes.

Seu personagem no jogo, um guerreiro chamado Lord Killian — que significava "lutador" — havia conhecido uma bruxa chamada Rigby em uma de suas missões. Os dois passaram a trocar mensagens dentro do jogo e, mais adiante, começaram a conversar sobre suas pessoas reais, criando uma conexão que Niall estava, a cada dia, deixando que se tornasse mais forte.

Há cerca de um mês, os dois passaram a comunicar-se através de mensagens de celular. Niall estava procurando uma brecha, ou até mesmo criando coragem, para dizer a ela que gostaria de conhecê-la pessoalmente, tomar um café ou chamá-la para jantar. O que ele sabia é que ela vinha a Londres poucas vezes e, no fundo, tinha medo de forçar a barra e que ela acabasse se afastando. Era da natureza de Horan ser um nerd inseguro, não sabia exatamente como se aproximar direito das pessoas.

Para sua surpresa, após estar no jogo por alguns minutos, Rigby apareceu. Niall foi o primeiro a começar a digitar mensagens, iniciando o contato.

Lord Killian:
Não achei que estaria aqui hoje.

Rigby:
Não conversei com você o dia todo, você não respondeu minhas mensagens.
Minha última alternativa foi checar o jogo.

Lord Killian:
Tive um dia cheio, me desculpe.

Rigby:
Está tudo bem, apenas fiquei preocupada.
Fico feliz que esteja bem.

Lord Killian:
Senti sua falta...

Rigby:
Também senti.
Espero que descanse, se quiser, podemos falar uma outra hora.

Lord Killian:
Não, estou bem com você aqui.
Me sinto melhor.

Rigby:
Fico feliz!

Os dois continuaram conversando até tarde aquela noite, tão tarde que Niall esqueceu seu jogo conectado e pegou no sono. As conversas passaram do jogo para o celular e Niall achou que, na próxima vez que conversassem, ele iria encontrar o momento perfeito para tornar aquilo ainda mais real e tangível: não custava fazer um esforço e tentar conversar com ela de um jeito que não fosse apenas digitando mensagens. Iria chamá-la para sair.

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Louis estava prestes a sair da agência, acompanhado de Harry, quando seu chefe, o superintendente Oliver Declan, fez sinal chamando-o através do vidro da janela. Tomlinson imaginou que Harry não deveria estar junto então, dentro da sua psicose protetora completamente louca, chamou um dos policiais e pediu para que novamente colocasse Harry em uma das salas e não o deixasse sozinho.