There's nothing I'm running from

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Já passava das três horas da manhã quando Louis finalmente pôde entrar no quarto ver Harry. Ele ainda estava grogue e um pouco fraco pela cirurgia, mas passava bem. Tomlinson andava com pressa pelo corredor do hospital acompanhado da enfermeira que o conduzia até o quarto em que Harry se recuperava.

Depois de ter passado o choque de temer pela vida de seu amado, ele sentiu que sua autoestima nunca mais seria a mesma. Sentia que havia falhado em algum ponto, apesar de ter resolvido a situação de forma agressiva — e com mortes, especialmente aquela morte sendo de sua ex-noiva — e teve certeza que precisava ficar longe, ficar fora da Polícia Metropolitana por tempo indeterminado, precisava colocar a cabeça no lugar e cuidar de Styles, pois era a única coisa importante em sua vida naquele momento.

Quando chegaram ao quarto, a enfermeira abriu a porta devagar e Harry estava deitado na cama, mas com o torso levemente levantado. Tinha agulhas nos dois braços e bebia água, enquanto falava com o médico em pé perto de sua cama.

Ele sorriu ao ver Louis e Tomlinson sequer conseguiu retribuir. Ver Harry naquela situação lhe partia o coração em tantos pedaços que ele nem sabia se conseguiria juntar um dia. Aproximou-se do namorado que ainda recebia algumas ordens do médico.

— Beba muita água e, se precisar de alguma coisa, chame a enfermeira. Não levante-se daí sozinho. — O médico alertou e Styles assentiu com a cabeça.

Louis se aproximou passando uma das mãos pelos cabelos do namorado que apenas olhava pra ele sem dizer nada, nem sabia exatamente o que dizer. Harry sentia-se culpado por desobedecer as ordens de Louis e Zayn e ficar dentro da van, estava causando aquele sofrimento a Louis e não conseguia se perdoar por aquilo.

— Comandante. — O médico disse falando com Louis.

— Não por muito tempo. — Louis disse baixinho, mas Harry o escutou perfeitamente. Franziu o cenho olhando pra ele.

— Desculpe, não entendi. — O médico disse confuso.

— Pois não, doutor? — Louis disse mais alto aproximando-se do médico.

— Tivemos que tirar isso do senhor Styles para a cirurgia. — O médico disse mostrando a tornozeleira de rastreamento de Harry em uma sacola plástica, estava obviamente desativada e destruída quase que por completo.

— Sem problemas. — Louis respondeu pegando o saco plástico das mãos do médico. — Como ele está? — Ele concluiu referindo-se a Harry.

— Está tudo bem. Sem previsão de alta e descansar o máximo possível. — O médico respondeu simpático, olhando de Louis para Harry.

— Posso conversar com ele a sós um minuto? — Louis perguntou simpático e a enfermeira e o médico se entreolharam.

— É claro. — O médico disse já retirando-se com a enfermeira. — Mas não demore, agente, senhor Styles precisa descansar.

— É claro, não vou demorar. Ainda não fui pra casa como podem ver. — Louis disse num tom casual, mostrando a camisa ainda suja de sangue, mas seus olhos cansados e o cabelo desarrumado já o entregavam bastante.

— Até logo, senhor Styles. — O médico disse antes de sair porta afora com a enfermeira.

Os dois se olharam por alguns segundos antes que começassem a falar. Louis sentou-se na beirada da cama e apenas observou, calmo, os olhos curiosos e um tanto inquietos de Harry: era quase inacreditável a dor que ele sentia de imaginar que passou perto de eles não se abrirem novamente. Era absurda a sensação de impotência que lhe caía nos ombros, depois de tanta proteção naqueles dias, Harry ser baleado bem ali, há poucos metros de onde ele mesmo estava.

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