Ao acordar na manhã seguinte, Irma estranhou ver Trindade ainda dormindo na cama ao lado dela, e sacudiu o marido:
- Amor! Você não vai pra lida hoje?
- Quê? Minha cabeça tá pesada... - ele murmurou, sonolento e sem abrir os olhos.
- Trindade, já é dia alto - ela avisou, rindo.
O peão sentou-se na cama, esfregando a testa:
- Ara, acho que exagerei na pinga...
- Um pouco, né - a esposa continuava achando graça - Mas vou passar um café bem forte, que logo você tá novo - pegou Mad no berço e colocou junto de Xeréu - Tem alguém aqui que já mamou, trocou a fralda, e agora está querendo brincar...
- Cadê a princesinha do pai? - ele esfregou o rosto na barriga da pequena, provocando risos dela, enquanto Antero vinha correndo se juntar a eles.
- Papai! Me leva no cavalo? - o menino pediu ao mesmo tempo em que subia na cama.
- Mais tarde, filho, depois da lida. Vem cá - o violeiro puxou o pequeno com um braço, enquanto segurava Madeleine com o outro, e apertou os dois filhos juntos - Coisa boa acordá com meus fiote!
Irma sorriu com aquela cena de seus três amores juntos, e saiu para fazer o café, sentindo o coração aquecido.
Depois daquele churrasco, as rodas de viola voltaram a ser mais frequentes na fazenda, mas Irma sempre se esquivava quando surgia a ideia de um novo evento grande. Com a proximidade do primeiro aniversário de Madeleine, Jove avisou que não abria mão de comemorar a data com uma festa como sua afilhada merecia,e que Filó já estava planejando o bolo mais lindo que já fizera. A tia deu-se por vencida. Mas depois, a sós com Trindade, comentou que gostaria de fazer também uma comemoração íntima, só os quatro.
- É uma boa ideia - o marido ficou pensativo.
- A gente podia fazer um piquenique com as crianças. Vai dar trabalho, mas vai ser gostoso, um programa diferente - ela sugeriu com entusiasmo.
Xeréu parecia estar lembrando de algo e fazendo planos mentalmente:
- Domingo. Ocê prepara a cesta e a toalha, que eu tô pensando num lugar.
- Onde?
- Surpresa - ele sorriu de um jeito misterioso.
A ruiva o encarou, apreensiva:
- Ai, Trindade, não esquece que vamos com duas crianças pequenas, e teu filho é bem levado.
- Ah, agora é só meu fio?- o peão provocou, querendo rir.
- Claro que não. Mas o jeito destemido, com certeza o Antero puxou de você - Irma rebateu no mesmo tom.
- Pelo que eu me alembro, era ocê que me pegava de susto no galpão, na cocheira, em vários canto dessa fazenda, sem medo nenhum - ele devolveu com ar divertido.
- Mas foi você quem me deixou desse jeito - ela retrucou com um olhar malicioso - E bem que gostava das minhas surpresas...
- Ô se gostava... melhor hora do dia! - Trindade fechou os olhos por um instante, como se fosse longe - Lembra quando seu Zé Leôncio pegou a gente na cocheira?
- Lembro! - a mulher riu com gosto.
- Eu não sabia onde enfiava minha cara - o violeiro agora estava mais sério.
Mas Irma continuava sorrindo:
- Pois eu não fiquei com vergonha, não. E quando o Zé veio com um papo de preocupado comigo, eu disse que você me amava como nenhum homem tinha me amado antes.
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Momentos Felizes da família Novaes Trindade
FanficIrma e Trindade estão casados, com seu principezinho e a espera de uma princesinha para completar a família. A felicidade chegou para o casal mais lindo do Pantanal!