CAPÍTULO 3

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🐺🕶️🦯

     Era como se o mundo ao seu redor entrasse em colapso, e Jimin ficava preso no epicentro dessa tempestade caótica. Os sons que pareciam inofensivos para os outros se tornavam um verdadeiro pesadelo para ele.

O barulho constante e repetitivo da caneta, com seus tiques incessantes, parecia martelar em seus ouvidos, alimentando sua ansiedade até atingir um nível insuportável. Cada tic-tac ressoava em sua mente, como uma sinfonia dissonante que o levava à beira da loucura.

Enfrentando essa cacofonia angustiante, Jimin se encontrava encurralado no banheiro da escola, em busca de um refúgio momentâneo. Os tremores em seu corpo, a sensação de aperto no peito e a dificuldade em respirar eram apenas alguns dos sintomas manifestados por sua ansiedade avassaladora.

Desesperado por encontrar uma maneira de escapar desse tormento, ele tentava de todas as formas possíveis abafar o som, cobrindo seus ouvidos com as mãos trêmulas. No entanto, o som persistia, como uma sombra que o perseguia implacavelmente.

A agonia e o nervosismo aumentavam a cada instante, empurrando Jimin para uma espiral de angústia. A ansiedade se manifestava em sua pele, levando-o a se coçar de maneira compulsiva, como se tentasse se livrar do desconforto interno que o consumia.

A frustração e a aflição cresciam a cada segundo, levando-o a recorrer a medidas extremas. Ele beliscava a própria pele, arranhava-se e até mesmo se batia, numa tentativa desesperada de encontrar algum alívio para esse suplício interminável.

No entanto, todas essas ações apenas agravavam seu estado físico e emocional, deixando marcas visíveis em sua pele e a sensação de derrota em sua alma. A angústia persistia, como um eco constante em sua mente, lembrando-o de suas feridas passadas e reforçando sua sensação de inadequação.

Jimin se encontrava preso em um ciclo vicioso, onde as memórias de agressões físicas e verbais continuavam a atormentá-lo, mesmo que o tempo passasse. Ele se perguntava por que essas lembranças não desapareciam, por que elas continuavam a assombrá-lo, mesmo quando ele lutava para seguir em frente.

De repente o som para, e parece que ele voltou no tempo, está tudo tão estranho, voltou a ter sete anos.

No dia do acidente.

Estava uma tempestade terrível, e já era tarde da noite, onde ele estava? Tudo estava confuso em sua mente.

Suas memórias estão confusas.

Muito barulho.





Um clarão.




“O que está acontecendo?”







“Por que não estou enxergando?”







“Mamãe? Cadê minha mãe? Eu 'tô com medo”

Park desperta subitamente, erguendo-se rapidamente da cama. Sua respiração encontra-se acelerada e seu coração pulsa tão vigorosamente que quase parece querer escapar de seu peito. O suor escorre por seu rosto e costas.

O loiro inspira profundamente, buscando controlar sua respiração.

— E-está tudo bem, f-foi só um sonho r-ruim, só u-um sonho, só um s-sonho.... Já passou, isso tudo já passou... Respira, e-espira, r-respira, espira... — Ele repete para si mesmo tentando se acalmar.

Além da visão - Abo [Jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora