CAPÍTULO 9

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ALERTA GATILHOS! CRISES DE ANSIEDADE E TRANSTORNO ALIMENTAR/BULIMIA!!

Nesse capítulo teremos um mini hot, quando começar terá esse símbolo ⚠️ e quando terminar também, então é só pular essa parte se não gostar ☺️.

🐺🕶️🦯

  Às vezes, as sombras ocultam uma realidade sombria.

No silêncio do banheiro, Rosé suspira com medo. Seu rosto delicado é banhado pelas lágrimas amargas que escorrem como um rio incessante.

Os soluços escapam de sua alma ferida, ecoando como um lamento abafado pelas paredes frias. O vaso sanitário se torna um cruel confidente, testemunhando o desespero que consome seu ser.

Com uma coragem frágil, ela aproxima seu rosto do objeto de seu sofrimento. Uma mistura de medo e desespero a domina, mas a necessidade de controle se sobrepõe. Uma inspiração profunda, uma busca vã por uma ilusória paz interior.

Uma mão trêmula é levada à boca, e a resposta ao seu sofrimento se manifesta imediatamente. O refluxo ácido e doloroso, um ritual repetido com fria determinação, até que tudo o que restou do almoço seja expulso, acompanhado por um vazio ainda mais profundo.

É um ciclo desolador, onde a luta interna é travada sem trégua. O que acabará de ser feito oferece uma falsa sensação de alívio, apenas para afundar a jovem Park em uma espiral autodestrutiva.

Nesse mundo obscuro, ela está aprisionada, dividida entre a angústia de sua batalha e o desejo de ser livre. O banheiro, cenário de sua dor silenciosa, testemunha a perda gradual de sua essência, à medida que o terror consome sua vida.

É um retrato desolador da dor que transcende palavras, uma tristeza que enegrece a alma e sufoca a esperança. A bulimia é uma prisão invisível, onde a jovem Park se perde em um ciclo interminável de autodestruição, ansiando por uma luz que ainda não consegue enxergar.

Após o suspiro da descarga, ela seca as lágrimas e sai da cabine, cautelosa para evitar olhares curiosos.

A faculdade se tornou um palco perigoso para tais atos de desespero.

Diante do espelho impiedoso, seu reflexo revela olhos avermelhados, o rosto manchado pelas lágrimas e uma máscara de cílios agora borrada.

Seus longos cabelos loiros, outrora radiantes, estão agora emaranhados e desalinhados, testemunhas silenciosas dos puxões desesperados que ela deu, uma busca por alívio fugaz.

É um retrato melancólico de uma luta solitária, onde as lágrimas se misturam com a angústia e a solidão. O espelho reflete a realidade cruamente, evidenciando os estragos emocionais que não podem ser escondidos.

Repugnante.

A jovem solta um longo suspiro, jogando água no rosto e utilizando papel higiênico para remover o rímel borrado.

Em seguida, ela começa a escovar os dentes, finalizando com um gargarejo.

A ômega passa as mãos pelos cabelos, na tentativa de arrumá-los ao menos um pouco.

— Que merda Park Roseanne! Nem 'pra ficar bonita você serve. — A Jovem fala para si mesma na frente do espelho. Ela solta mais um suspiro decepcionada com sigo mesmo. — Vamos lá Rosé, você consegue. — Ela respira fundo, ajeita a postura, e coloca um sorriso falso no rosto, saindo do banheiro em seguida.

A ômega caminha esbanjando sua felicidade falsa pelos corredores, retribuindo os sorrisos daqueles que sorriem para ela.

Ao chegar ao jardim do campus, avista suas amigas acenando em sua direção.

Além da visão - Abo [Jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora