EXTRA: Viagem; renga parte II

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Narração:

Vinte anos: a idade das responsabilidades


— Dizem que Jeju* é conhecida como "a ilha do amor" - uma garota disse atrás deles.

Estavam no ônibus de excursão pela menor provincia da Coréia, um dos principais destinos para passar os feriados, principalmente por casais em lua de mel.

Os dois amigos haviam juntado uma boa grana para fazer aquela viagem de formatura, mas só acabaram viajando dois anos depois, durante as férias da faculdade.

Reki havia ingressado numa faculdade renomada de arquitetura, enquanto Langa cursava economia em outra faculdade.

Ouviram as garotas cochichando sobre serem um casal, tudo porque Reki não parava de querer fotografar as passagens de avião dos dois juntos e capturar imagens do amigo olhando para a paisagem através da janela.

Também escutaram as duas tagarelarem sobre as vinte e uma praias da ilha, cachoeiras, chás verdes e sobre um vulcão adormecido por oitocentos anos.

Sem falar no guia turístico que não parava de dar informações inúteis sobre Hallasan, a montanha que alcança o ponto mais alto da Coreia do Sul (1950 metros acima do nível do mar, para os interessados).

Tudo aquilo estava deixando Reki sonolento e com vontade de tirar um cochilo ali mesmo. Ele bocejou, se escorando em Langa.

—Vou te usar como travesseiro um pouquinho - ele pediu, ajeitando o corpo no barnco e esmagando a bochecha contra o ombro do amigo, numa posição que não Ihe parecia nada confortável.

— Você fala como se já não tivesse feito isso milhares de vezes sem a minha permissão.

O ruivo soltou uma gargalhada.

— A culpa é sua por ter um ombro tão gostoso de deitar.

Kyan adormeceu agarrado à camiseta dele. E Hasegawa estava decidido a fazer cafuné nos seus cabelos vermelhos até o passeio acabar, porque te-lo ali suspirando baixinho com os seus toques era um dos seus prazeres secretos.

— lsso está mesmo acontecendo? - Reki perguntou. —Preciso de um beliscão!

— Eu posso providenciar... - Langa sorriu, maquiavélico, e depois beliscou o braço do outro.

— Ai, Langa!- reclamou, fazendo um biquinho. — Você é um ogro!

"Se eu fosse o Shrek", o azulado pensou "imediatamente, você seria minha Fiona."

Mas não disse aquilo, é claro.

Mesmo que o amigo fosse capaz de entender a referência, seria vergonhoso demais para dizer em voz alta.

O pensamento fez seu rosto arder, e por um momento até chegou a pensar que pudesse ser o sol.

Ledo engano.

No fundo, o coração batendo descontroladamente em seu peito fez questão de deixar bem claro que, sim, Langa Hasegawa, o senhor está com as bochechas coradas como um bobinho apaixonado.

E suas bochechas ficaram ainda mais avermelhadas quando Reki fez menção de tirar a própria camiseta, mas o ruivo parou no meio do caminho.

— Ei, você se lembra de quando éramos pequenos e viajávamos com os nossos pais para Okinawa?

— É claro que lembro - respondeu.

E deu de ombros, como quem não quer nada.

— A gente costumava apostar corrida até o mar....

𝗖𝗼𝗺𝗼 𝗻𝗮̃𝗼 𝘀𝗮𝗹𝘃𝗮𝗿 𝘂𝗺 𝗰𝗮𝘀𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼; matchablossom Onde histórias criam vida. Descubra agora