NARRAÇÃO:Dezoito anos: o início da fase adulta.
Saquê não era uma boa ideia.
Era oficial: Reki Kyan odiava saquê mais do que odiava picolé de limão.
Tinha acabado de completar dezoito anos na semana anterior, e agora estava debruçado sobre a mesinha de madeira de alguma festa ruim. Talvez fosse a tão aguardada festinha do pessoal do time de futebol do colégio, ou talvez tivesse se infiltrado na casa de alguém que sequer conhecia. Não se lembrava muito bem, mas tinha a sensação de que a primeira alternativa fazia mais sentido.
Era amarga.
As duas coisas eram amargas, na verdade.
Tanto a bebida quanto a sua vida patética.
A diferença era que a bebida descia facilmente pela garganta, e seus problemas em ser um cara gay entrando na fase adulta e apaixonado pelo melhor amigo hétero eram muito mais difíceis de engolir.
— Sério - Yuta disse. — Você precisa parar de beber.
Ele riu meio abobado e deu um gole final na sua garrafa de saquê.
— Onde é mesmo que a gente tá? - ele perguntou, e seu colega de classe arrancou a garrafa da sua mão, irritado.
— Pela milésima vez, Reki... A gente tá na casa do Kyoutane. A nossa festinha de despedida pós-formatura. E não, não é impressão sua... Essa festa tá um saco.
— Ah.
Ele piscou lentamente, agitando o braço do outro rapaz para Ihe trazer mais bebida. Yuta, como o espertinho que era, encheu a garrafa vazia com água e colocou de volta na mesa.
Reki nem percebeu a diferença.
— Eu consegui ficar com a Futaba e você tá aí choramingando porque o Langa apareceu aqui com uma garota - o colega explicou, como se ele precisasse ser lembrado disso pela terceira vez naquela noite. — Ou seja, eu tô feliz mas você não. A gente devia ir pra casa.
Reki fungou e esfregou os olhos, já tendo esgotado o seu estoque de lágrimas.
— Ele é o meu melhor amigo - lamentou, o que não era lá nenhuma novidade.
Yuta Nakamoto já sabia da história toda.
Desde a amizade de infância dos dois amigos, os beijos que trocaram algumas semanas atrás e, principalmente, dos exatos onze dias que ele e Hasegawa ficaram estranhos um com o outro depois disso.
Reki o contou cada um deles.
Dias atrás, durante o baile de formatura, o par de Langa deu um bolo terrível nele.
Quando fora avisado, Reki correu todo o caminho até lá para dançar com o amigo.
Chegou com um terninho completamente amassado, uma gravata toda torta e usando seus tênis All Star porque os sapatos do pai não couberam nos seus pés.
Estava todo esbaforido e com a certeza de que Langa o ignoraria quando fosse lhe oferecer a mão, mas não foi isso que aconteceu. O rapaz dançou com ele com os braços ao redor do seu pescoço, e o ruivo nunca ficara tão feliz em tropeçar nos pés de alguém enquanto dançava uma música lenta.
Em toda a história do colégio, aquela foi a primeira vez que dois garotos dançaram juntos.
Langa e Reki voltaram ao normal depois de se movimentarem juntinhos naquele salão decorado com balões e fitas prateadas, exatamente como nos filmes.
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𝗖𝗼𝗺𝗼 𝗻𝗮̃𝗼 𝘀𝗮𝗹𝘃𝗮𝗿 𝘂𝗺 𝗰𝗮𝘀𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼; matchablossom
FanfictionKojiro sempre foi apaixonado pelo melhor amigo, porém nunca chegou a falar isso para ele, e quando Kojiro recebeu o convite do casamento de Kaoru não soube ao certo como reagir, mas sabia que faria de tudo para que aquilo não acontecesse. Ou Onde K...