O Viúvo

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Porque não há final, para você e eu
Eu sei que você sempre estará comigo

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Jake tentava reconstruir sua vida juntando seus pedaços e os colando de novo no lugar, mas nem a super cola era o bastante para juntar aqueles minúsculos pedacinhos espalhados. 

A cola com a qual ele usava para colocar seus pedaços não eram o suficiente para diminuir ou amenizar a sua dor.

Sabia que isso levaria tempo, muito, muito tempo.

Jake nunca pensou em se casar por viver sempre fugindo e se perguntava como seria se um dia ao mudar de cidade em uma rua acabasse se esbarrando no seu grande amor.

Ou até mesmo a visse de longe passando sozinha, ou com algumas amigas. 

Como seria para ele lutar por alguém sabendo que mais cedo ou mais alguma coisa poderia acontecer e eles precisam se separar não porque querem, mas porque era necessário, obrigados por uma força maior? 

Ainda era uma dor recente da qual o feria e parecia que esse sentimento nunca iria embora.

Jake saiu da pousada onde ele estava e seguiu o caminho até o cemitério, ele queria ver, precisava ver para tentar acreditar e dizer a si e ao seu coração que ela se foi e que não voltaria mais. 

Que elas nunca mais voltariam. 

O caminho até o cemitério de Stone City foi o percurso mais difícil e doloroso que ele havia feito em toda a sua vida.

Ao sair da pousada ele olhou para as pessoas caminhando, crianças correndo brincando de pique pega e cães latindo.

Os pássaros nos fios e o sol no céu brilhando com alguns raios iluminados em volta dele e com poucas nuvens que se tornavam passageiras por ali.

Ficava imaginando como teria sido estar ao lado de sua filha correndo pela casa, chegando do trabalho e as pessoas que ele mais amava na vida à espera dele com um sorriso no rosto. 

Jake parou o carro em frente ao cemitério, ele desligou o motor e tirou o cinto abrindo a porta, mas não saiu de imediato.

Aquilo seria mais difícil do que ele pensava, mas necessário tinha que se despedir da única mulher que o amou em meio a escuridão. 

No banco do passageiro estava um buquê com lindas rosas, as mais belas de todas.

Ele levou suas mão nele e o pegou o levando no nariz fechando os olhos e sorriu deixando que as lágrimas escorressem por eles.

O perfume das flores o fazia sentir-se mais perto dela, mas perto do seu único e verdadeiro amor. O homem abriu os olhos e tomou coragem saindo do carro e fechando a porta atrás de si. 

Jake caminhou até encontrar o nome de Laisse juntamente com o nome de sua filha Ana Helena. Ele se agachou e colocou o buquê no chão abaixo do nome delas. 

— Oi, amor… — a voz de Jake falhou. — As duas mulheres da minha vida em um mesmo lugar têm a dor mais sofrida e ainda não entendo porque teve que ser dessa forma. Por que não a mim? Por que não a mim? 

Jake levou a mão nos olhos o enxugando. 

— Eu te trouxe um buquê de rosas amor — Jake deu um leve sorriso levando sua mão no buquê onde ele a repousou. — Lembra que eu te disse que te daria uma dessas todos os dias? Eu nunca pensei que estaria agora aqui te dando um monte delas deixando aqui em cima do seu túmulo sem você sentir o perfume delas, tocá-las com suas mãos e sorrir ao olhar para a forma tão delicada que elas têm. 

Para Sempre Meu Garoto - Mistérios de Duskwood [Revisão] Livro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora