09| UMA CORRIDA DE DESESPERO

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Porque eles vão te perseguir
Até a escuridão
Sim e eles vão perseguir
Você até você cair
E eles vão te perseguir
Até o seu interior
Até que você não possa mais rastejar
(Way Down We Go - Kaleo)

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O c é u  d e  L a s  V e g a s  a o  pôr do sol, é uma das vistas mais fascinantes já existentes em toda a cidade. O contraste entre o laranja, vermelho e amarelo, entrelaçam suas tonalidades como em uma dança, e mostra ao público o espetáculo que é suas cores juntas. Os longos arranha-céu, com suas estruturas e formas diferentes, irão perder-se em breve na negritude estrelada acima deles. Os anjos que vagueiam ao dia, retornarão para suas casas, para que os demônios que espreitam à noite, saíam e façam o que sabem fazer de melhor. Trazer o caos. Essa vista do céu ao pôr do sol, é a favorita de Emory.

Emory estava conflitante em aceitar a oferta de Hogan, e pedir a quantia em dinheiro total para quitar sua dívida. Mesmo ela tendo ganhado a aposta, Rivieri estava totalmente hesitante quanto a isso. É evidente sua necessidade do dinheiro, contudo seu orgulho a impedia de entrar em contato com Hogan.

Rivieri entra na casa de apostas pela porta dos fundos, que é reservada exclusivamente para os funcionários do lugar. Já faz duas semanas que ocorreu o incidente com Hogan, contudo, tudo estava em sua perfeita normalidade. Algo que Emory estava desconfiando demasiadamente.

No local, já estão alguns colegas de trabalho de Emory. Victória, Luka e Raquel. Luka é o único que ainda não está vestindo o uniforme. Victória e Raquel estão sentadas já uniformizadas à pequena mesa jogando um jogo de cartas, que Emory supôs ser blackjack.

Raquel tira os olhos de suas cartas para ver quem chegou.

— Oi, e aí! — Raquel cumprimenta e Emory retribuiu.

— Quem está ganhando? — Emory indaga para as duas colegas de trabalho, enquanto começa a retirar sua blusa pra trocar pelo uniforme.

— Eu, é claro! Raquel não tem aquilo que chamamos de sorte — Victória responde convicta.

Emory balança a cabeça e começa a abotoar a blusa social branca. De repente, a porta é aberta por um par de olhos assustados.

Emory fecha a porta do armário e vê John entrar no lugar. Com os olhos ansiosos, John deixa seu olhar cair em Emory e ele respira fundo.

— Estão chamando você no escritório de Lídia.

A sala, que estava quieta, voltou seus olhos para Emory, que franze o cenho confusa. Procurando motivos para que a chamasse no escritório, algo surge na cabeça de Emory e ela respira fundo. Talvez possa ter sido a confusão que ocorreu há duas semanas com Hogan, e sua recusa de jogar. Rivieri aperta os lábios e troca novamente de blusa.

— Ok John, obrigada por avisar.

Alheia aos olhares de preocupação que estava recebendo, Emory sai da sala e começa a andar até o escritório luxuoso de Lídia no andar superior. Parando em frente à porta, Rivieri abre e pousa seus olhos na figura de Lídia, contudo, o que a fez trincar o maxilar e ranger os dentes foi a figura de Thent sentando em uma das poltronas.

— Emory, minha querida, entre. Vamos conversar, temos alguns assuntos pendentes.

Hesitante e assustada, Emory dá um passo para dentro do lugar e fecha a porta. A tensão parece se alastrar rapidamente pelas paredes e penetrar os ossos do corpo de Emory.

Thent avalia todo o corpo de Emory, e abre o habitual sorriso maquiavélico.

— Não sei que surpresa agradável foi saber que você estava trabalhando aqui, na minha casa de apostas.

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