15| NO ÁPICE DA ADRENALINA

81 13 79
                                    

Acho que você percebeu que eu ajudo os outros
E ninguém me ajuda, sonhadores são egoístas
Quando tudo se resume a isso, espero que um de vocês volte  para me lembrar de quem eu era
Quando eu estiver partindo
Em meio àquela boa noite
(All For Us - Labrinth)

🏁

E m o r y  a c o r d o u  s u a n d o  e
Assustada. Ela estava sonhando com Rick, visto em seu sonho, ele levantando do chão, ensanguentado. Em seu rosto ostentava um sorriso maníaco. No sonho, Emory estava em seu estúdio, arrastando-se pelo chão tentando desesperadamente fugir de Rick, que a perseguia incansavelmente. Todavia Rivieri não conseguia fugir, ela estava sem forças, sua voz falhava ao tentar gritar e implorar por ajuda. O que aconteceu a seguir, era apenas Rick fazendo a mesma coisa que ela havia feito a ele, dar fim à sua vida.

Encarando o teto desconhecido, Emory respira fundo, tentando conter os tremores das mãos. Estava se tornando cada vez mais frequente ela hiperventilar.

Coçando os olhos, Emory levanta da cama. O contato de seus pés com o chão frio a faz estremecer. Olhando em volta, o cômodo em que Rivieri está, tem uma decoração moderna e monocromática, alternando-se entre o branco e o cinza. Não há muita coisa no quarto, exceto a cama mais confortável que Emory já dormiu em toda à sua vida, uma poltrona branca no canto da enorme janela de vidro, que da vista a rua. Há uma mesa ao lado da cama, com uma cadeira branca e sobre à mesa, há um notebook, uma arma e várias munições.

O relógio digital sobre à mesa, indica às seis da manhã. Horário que Emory habitualmente não acorda. Ainda estática no meio do quarto, observando as munições, Rivieri lembrou-se da conversa que teve na noite anterior com Aaron, a respeito do Distrito ser invadido e a troca de liderança. O que aconteceria com ela? O líder da gangue do Leste iria atormentar sua vida tanto quanto Thent?

Muitas perguntas rondavam a mente de Emory, todavia não havia respostas para nenhuma delas.

Emory desvia o olhar e decide sair do quarto.

Rivieri desce as escadas e encontra Aaron sentando de forma desleixada no sofá branco. Ao escutar os passos de Emory, North endireita sua postura.

— Bom dia — Aaron observa Emory sentar no sofá à sua frente.

— Dia.

— Parece que você teve uma péssima noite de sono — Pontua Aaron.

— Quando você mata alguém, por mais que odeie aquela pessoa, sua mente faz questão de lembrar você. É impossível eu conseguir dormir tranquila sabendo o que fiz, as marcas no meu corpo também não ajudam.

Emory diz, pensativa e distante. Com um olhar perdido, revivendo aquela noite. Todas as vidas que foram ceifadas através dela, causaram-lhe tormento, contudo Rick é a que está mais perturbando seus pensamentos. Talvez seja porque ela estava frente a frente com ele, observando seus olhos perdendo vida. Todos os pilotos que morreram nas pistas, Emory não viu seus rostos, não sabia como eles eram, talvez seja por essa razão que é mais fácil superá-los

Mas quando tem-se um rosto e um nome, é difícil seguir em frente.

Aaron observa Emory, ele sabia como era o sentimento de matar, de ser o responsável por tirar uma vida. Ele entendia o que ela estava sentindo, e sendo honesto, North acreditava que talvez Emory nunca supere.

Aaron balança a cabeça e levanta do sofá. Puxando Emory pela mão, Aaron diz:

— Vem, vamos tomar café da manhã.

Emory deixa Aaron guiá-la. Rivieri observa as mãos unidas e pensa que os toques de ambos estão tornando-se cada vez mais frequentes. A piloto não é uma pessoa que aprecia toques físicos, entretanto ela sempre deixou-se ser abraçada por Nestla e recentemente, permitindo North. Talvez por se sentir confortável com ele, seus toques não são tão ruins.

DISTRITO VERMELHOOnde histórias criam vida. Descubra agora