Pequena Shafiq

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Sons de risadas infantis e adultas eram ouvidas por toda mansão, o homem entrou em sua casa e observou a silhueta esguia de sua esposa surgir junto a uma pequena bruxinha de cabelos negros e grandes olhos azuis

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Sons de risadas infantis e adultas eram ouvidas por toda mansão, o homem entrou em sua casa e observou a silhueta esguia de sua esposa surgir junto a uma pequena bruxinha de cabelos negros e grandes olhos azuis.  A mulher parou sua corrida ao ver o marido e se recompôs como uma perfeita dama que era, a menina parou e olhou confusa antes de ver seu tio com a expressão séria de sempre.

--- Beamard, querido.- disse a mulher de cabelos loiros e olhos verdes, se aproximou do marido e beijou sua bochecha timidamente.

Beamard sorriu imperceptivel pela timidez de sua esposa, ele havia se casado com ela à alguns meses após um acordo de casamento entre os Shafiq e os Blanc.  Ele beijou os lábios da esposa e depois se virou para a menina, sua expressão continuou séria mais seu olhar era suave.

--- Não deveria estar estudando as lições que lhe passei, Aella.- indagou ele observando a mesma sorrir inocente e correr escadas a cima.

--- Porque você sempre tem que tentar assusta-lá.- questionou Suelen curiosamente, ela via a maneira fria a qual Bea tratava sua sobrinha quando tinha alguém por perto, mas ele sempre a tratava gentilmente e carinhosamente em momentos raros.

--- Apenas a mandei para sua lição. - disse ele dando de ombros, e analisou sua esposa. --- Seu aniversário está chegando, quer ir ao Brasil passar esse dia com seus pais ?.- perguntou estendendo a mão para acariciar sua bochecha.

--- Você ira comigo?.- perguntou Suelen  sentindo suas bochechas corarem pela intensidade do olhar de Bea.

--- Infelizmente terei assuntos para resolver no trabalho, mais pode levar Aella com você se quiser.- sugeriu ele vendo uma faisca de decepção em seus olhos ser substituída por um brilho.

--- Bom, eu adoraria leva-lá.- respondeu ela sorrindo levemente.

--- Você realmente gosta de crianças, não é. - afirmou Beamard, por um momento pensando em como seria ter um filho com a brasileira. --- Ela tem apenas seis anos... em breve ira para a escola.- comentou ele vendo uma tristeza no olhar da esposa. --- Quem sabe, até lá você tenha outra criança para cuidar.- disse ele se afastando e caminhando em direção ao seu escritório, deixando uma mulher confusa e alegre para trás.

Suelen não perdeu tempo em subir as escadas em direção a salinha de estudos feita especialmente para Aella, ela entrou como um furacão na sala assustando a menina.

--- Tia Su, você me assustou.- exclamou  Aella pegando sua pena que havia caido no chão.

--- Perdão meu amor.- pediu Suelen puxando uma cadeira no canto da sala para sentar-se próximo a sobrinha.

--- Então me diz, porque tanta euforia.- indagou Aella voltando seus olhinhos ao papel em sua mesa.

--- Bea, me deixou leva-lá ao Brasil no dia do meu aniversário.- contou a mulher contente.

Aella olhou animada para sua tia e pulou da cadeira na intensão de abraçar Suelen.

--- Eba... espera ele deixou assim... quer disser sem mais nem menos.- indagou a menina confusa.

Não era segredo que seu tio jamais deixava a menina sair da mansão, além de exigir que a mesma fosse educada para ser uma excelente bruxa.  Desde cedo a pequena Shafiq aprendia sobre poções, feitiços, familias puro-sangue e principalmente seu pior inimigo os Gault's.

--- Sim ele deixou, uma vez que não poderá me acompanhar. - disse Suelen soltando um suspiro chateado.

Aella observou sua tia e sentou-se em frente a mesma.

--- Sabe que por mas que tio Bea não possa acompanhá-la, ele gosta muito de você. - disse a menina ganhando um olhar surpreso da Blanc.

--- Você é muito inocente pequena. - sussurou a mulher desviando o olhar para a parede.

--- Eu sei.- diz Aella soltando um suspiro. --- Eu sei, que vocês se casaram por conveniência... pela parceria entre nossas famílias e a procura de meu tio por mais poder... mas em poucos meses vi meu tio sorrir alegre e olhar com amor para outra pessoa que não seja eu e Brian.- contou a menina vendo os olhos de Suelen se encherem de lágrimas. --- Ele se importa muito com você, uma prova disso é que ele sempre tenta fazer algo para deixa-lá contente ou feliz.

A menina sorriu e estendendo a mão para secar as lágrimas que caiam pelo rosto delicado e bonito da brasileira.

--- Agora será que poderíamos deixar o sentimentalismo de lado e você me ajudar a entender esses feitiços em latim. - diz ela apotando para o papel em sua carteira.

Suelen sorriu o quando Aella parecia com Bea as vezes, e assentiu movendo sua cadeira ao lado da menina.

--- Bom, deixe-me ver. - pediu ela pegando o papel em mãos. --- Hmm, são feitiços criados pelo seu tio eu suponho. - afirmou Suelen impressionada ao descobrir um talento desconhecido de seu marido para ela.

--- Sim, são muito complexos.- murmurou Aella escorando sua cabeça em sua mão enquando girava a pena entre seus dedos.

--- Realmente são. - concordou Suelen soltando um riso ao ver a careta se formando no rosto da sobrinha. --- Porque não pedimos ajuda ao Bea.- sugeriu ela vendo a menina negar rapidamente. --- Ora vamos Aella, ele vai ajudar. - afirmou a mulher levantando-se.

--- Não, ele não vai.- murmurou a menina seguindo sua tia pelo corredor em direção as escadas.

O escritório ficava a baixo das escadas em uma porta dupla de madeira, Suelen bateu levemente na porta e esperou sua resposta.

--- Entre.- elas ouviram Beamard mandar.

Ambas entraram, encontrando Bea sentado em sua poltrona fumando um charuto enquando lia um livro de feitiços egípcios.

--- Em que posso ajuda-las?.- perguntou Beamard desviando seu olhar do livro para a esposa e sobrinha.

--- Aella e eu temos dificuldades em entender estes feitiços. - disse Suelen segurando a respiração ao sentir a menina tensa atrás de si.

--- Bom, talvez eu posso ajuda-las.- diz ele obsevando ambas soltarem um suspiro de alívio.

Bea levantou e sentou-se no sofá do outro lado do cômodo e as chamou com um aceno, Suelen e Aella sentaram cada uma de um lado, o homem pegou papel e começou a explicar cada um dos feitiços.  Sua voz rouca firme e calma explicava com clareza as duas.
Passaram-se horas e quando Beamard terminou, olhou para a esposa que dormia silenciosamente encostada no sofá, já sua sobrinha tinha a cabeça deitada em sua perna e roncava baixinho.

Ele soltou um suspiro e permitiu que a cabeça de sua esposa deitasse em seu ombro, pegou uma almofada e colocou em baixo da cabeça de Aella.

  Beyond Death  // Tom RidlleOnde histórias criam vida. Descubra agora