Capítulo 3

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Belinda - 1990


Estava chegando Dezembro, comecei a tossir bastante, mas acho que era só um resfriado, por isso continuei indo a faculdade, quando cheguei na secretaria, recebi um aviso da secretaria de que o coordenador do nosso curso, o sr. Smith, estava querendo falar comigo, mordi o lábio inferior.

Peguei as escadas, porém acho que foi uma péssima decisão, porque o meu corpo parecia estar cansado, todos os músculos pareciam doer, quando cheguei, o coordenador estava fora da sala, abrindo um sorriso caloroso para mim, ele era um dos únicos que reconhecia todo o trabalho duro que nós mulheres dávamos naquele lugar.

Os cabelos escuros estavam meio bagunçados, os olhos verdes mostravam a alegria, na sua sala tinha uma foto de sua família, nosso coordenador não era casado, surgiam boatos de que ele era gay, mas isso nunca interferiu na forma que eu o admirava, na verdade a sexualidade de alguém deveria interferir na sua visão sobre ela?

Acho que não.

─Belinda Santiago, é um prazer ver você aqui... Mas parece cansada─ Ele comenta voltando a sentar na cadeira, balanço a mão e dou uma risada baixa, me ajeitando.

─Acho que é a ansiedade para o casamento─ Comento sorrindo um pouco, sr. Smith abre a boca e passa a mão no queixo.

─Com aquele seu namorado roqueiro?─ Ele pergunta fingindo tocar uma guitarra imaginária, dou uma risada e faço um sim com a cabeça, passando o indicador na mesa de madeira, o moreno se ajeita. ─Espero que isso te anime mais, um colega advogado meu abriu uma seleção para estágio, sei que você precisa muito de um emprego, afinal aqui não é barato─

Ele estava certo, mas meu coordenador saber disso me deixava um pouco envergonhada, minha família era argentina, eles ajudavam como dava para pagar a faculdade, mas o peso argentino era sempre menor que o dólar, então ficava muito complicado, Alexander trabalhou em outros empregos e eu tentava também, mas fui demitida do último.

A vida nos Estados Unidos não era fácil.

─Isso não é... Me ajudar demais?─ Pergunto inclinando um pouco o meu corpo para olhar o moreno, meu coordenador ri um pouco e balança a cabeça erguendo os ombros.

─Você é uma das melhores alunas que eu já tive, acho que você merece uma forma de retribuição, minhas aulas não eram fáceis─ Ele comenta, faço novamente um sim com a cabeça e me levanto, porém acho que foi rápido demais, me dando um pouco de tontura. ─Belinda?─

─Está tudo bem, obrigada professor─ Respondo sorrindo fraco, aceno um pouco para ele e caminho para a saída. 

Eterno amor - Guns N rosesOnde histórias criam vida. Descubra agora