⛓️CAPÍTULO IV: INIMIGO NÚMERO UM⛓️

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— 𝕾𝖊𝖗𝖎𝖆𝖑 𝕶𝖎𝖑𝖑𝖊𝖗 𝕰𝖘𝖈𝖆𝖕𝖊—

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— 𝕾𝖊𝖗𝖎𝖆𝖑 𝕶𝖎𝖑𝖑𝖊𝖗 𝕰𝖘𝖈𝖆𝖕𝖊—

Lembrou-se com perfeição o que havia feito ela quase desistir de duas décadas de sobriedade, às vezes a imagem das costas com as longas cicatrizes vermelhas e com vergões do pai invadia sua mente sem aviso prévio, deixou a taça de vidro no balcão de mármore da cozinha, chorou mais ainda, tinha somente dez anos quando ousou perguntar enquanto passava a mão pequena pelas vigas incrustadas na pele negra, brilhante e forte dos músculos das costas de seu pai.

"O que é isso, papai?" e ele disse somente: "são as marcas da chibata, minha filha, as marcas da chibata". Desistiu de beber o líquido, respirou fundo, encarou a janela e prometeu para si mesma que, se um dia pudesse saber tudo sobre quem tinha feito aquilo, não haveria escrúpulos, empecilhos ou vidas que a impediria disso. E essa não seria a última vez que pensaria no assunto.

***

Simplicidade e confortabilidade representavam perfeitamente aquele sobrado de classe média. Um casebre em tons de salmão passava despercebido no subúrbio de Pedra da Lua.

Na residência do diabo, a fachada continha uma escadinha branca de três degraus, uma varanda pequena de mesmo tom com uma cadeira e, por fim, no topo, um sótão com telhas verdes e teto pontiagudo fechavam o cenário.

Emma Magalhães andou atrás de seu salvador, subiu as escadas arrastando o vestido branco e vermelho pelos degraus que rangiam a cada passo.

Nhec, nhec, nhec. Andava rumo aos portões do inferno, onde o cheiro de podridão e enxofre a esperava. Ao aguardar o homem abrir a porta, levantou o dorso da mão tapando a narina em uma careta de repulsa. O loiro a olhou enquanto girava a maçaneta.

— Sinto muito pelo cheiro. Acho que tem algum animal morto no porão, mas ainda não fui ver — ele disse abrindo a porta. Emma concordou com a cabeça e entrou devagar atrás dele.

Após alguns passos, o homem voltou-se para a porta e a trancou. Emma deu um pulinho com mais um pequeno susto e encarou o interior escuro da residência. Sem tirar a mão no rosto, ela adentrou.

Um hall que mais parecia um curto corretor a introduziu ao recinto. Móveis brancos e cinzas, uma estante de livros empoeirada, algumas caixas de sapato espalhadas, um tapete no meio da sala, sem televisão, apenas um velho aparelho de som, era só isso ali.

O fim do hall levava para o começo da cozinha, uma passagem de canto arredondado revelava os ladrilhos brancos e a janela, o único lugar pelo qual passava alguma luz. Antes da passagem começar, ao lado esquerdo, uma escada de madeira escura levava ao segundo andar.

A penumbra percorria o primeiro ambiente, o ar parecia rarefeito e pesado, o cheiro apenas piorava a cada passo que dava, uma mistura de podridão de carne velha com mofo dominava seu olfato. Emma Magalhães precisou se segurar para não vomitar quando o gosto amargo e azedo invadiu o paladar. Ar com gosto, o pior tipo de fedor que existe.

Daniel: Serial Killer Escape [+18] || Evan Peters || degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora