🚪CAPÍTULO VI: O PORÃO🚪

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— 𝕾𝖊𝖗𝖎𝖆𝖑 𝕶𝖎𝖑𝖑𝖊𝖗 𝕰𝖘𝖈𝖆𝖕𝖊—

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— 𝕾𝖊𝖗𝖎𝖆𝖑 𝕶𝖎𝖑𝖑𝖊𝖗 𝕰𝖘𝖈𝖆𝖕𝖊—

Teve poucos amigos, mas não se importava com isso, sabia muito bem que a qualidade era melhor do que a quantidade; sempre tinha receio de se aproximar de uma pessoa branca, demorou anos para frear a inveja dos cabelos longos, os olhos claros, a pele branca; por vezes, ousava sonhar que acordaria de outra forma, em outra vida, em que nasceria pelo menos mais clara.

Demorou, mas passou a entender que nada mudaria, somente sua mente, a forma como se via, mas nada ajudava: a mídia, os filmes, os livros, as histórias eram sempre sobre eles, nunca sobre nós, era a conclusão que chegava.

***

A miséria de saber que o pior está por vir assola a alma, aterroriza o corpo, encolhe o peito, sufoca a garganta, martiriza a esperança. Emma Magalhães terminou de puxar o trinco da porta do porão assim que sentiu um corpo bater nela e viu a maçaneta começar a girar freneticamente.

— Abra essa porta! — a voz do horror soou grossa e infinita, como se formasse ecos. Só que, em vez da força do som diminuir, ele aumentava, as palavras cresciam como ervas daninhas que comiam o que restava de sua sanidade. — Abra a porta! Agora! Magalhães!

Emma ignorou Daniel e virou o corpo, adentrando em uma caverna íngreme e podre, o que quase a fez vomitar. Sua barriga revirava em fúria com o excesso de bile na garganta. Deu um salto para trás ao sentir o fio encostar em sua testa e não pode conter o fino e estridente grito que profanou. O ar era condensado em dois sons dicotômicos: o bater frenético da palma de Miller na madeira maciça e o timbre agudo da garganta de Magalhães.

Contendo-se, e com a visão se ajustando à escuridão, a loira olhou para a cordinha azul que balançava suavemente de um lado para o outro após colidir-se contra sua face. A garota puxou o fio e, assim, fez-se a luz.

Uma escada íngreme com degraus gastos e até com furos apareceu a um passo diante de Emma. Desejando sair de perto do som irritante e assustador de Daniel gritando e do bater da madeira, a mulher correu degraus abaixo sem hesitar.

Ao chegar no porão, respirou e, assim, não pôde evitar: vomitou o que restava do almoço e café da manhã. Em um jorro verde-amarelado, os restos orgânicos caíram com um som pegajoso no chão à sua frente, pelo menos se curvou a tempo de não se sujar. Ao fundo, a voz de Miller soava em fúria:

— Eu vou arrombar a porta! — A maçaneta girou ritmada, de um lado para o outro fazendo uma música rítmica, mas a letra da melodia não era para qualquer um ouvir. O diabo estava fora do inferno e uma intrusa invadia seu santuário.

Embaixo, Emma Magalhães limpou rapidamente o canto da boca com o dorso das mãos e, ao levantar a cabeça sentindo a garganta arder, visualizou outra cordinha semelhante à primeira. Com o coração martelando, batendo como se fosse um ritual satânico, ela puxou a corda e, novamente, fez-se luz.

Daniel: Serial Killer Escape [+18] || Evan Peters || degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora