⛓️ CAPÍTULO XI:INCIDENTE⛓️

144 6 0
                                    

—D A N I E L Is Not Sick—

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

—D A N I E L Is Not Sick—

Os gritos dele não podiam ser ouvidos nem mesmo se um anjo estivesse os clamando; o estrondo de suas cordas vocais indicava a imobilidade do corpo e sua mortalidade, debatia-se, tentava se soltar, estava preso em si mesmo, em pensamentos seus e em vozes que não se calavam em sua mente. Uma cela solitária era uma das maiores torturas que já tinha enfrentado na vida.

Na calada da madrugada, quilômetros de distância de uma prisão na encosta da estrada, ela não dormia porque sabia o que viria no dia seguinte, a sessão de terapia que iria ministrar estava longe de ser convencional. Mas, para Sarah Kato, o inesperado sempre fez os olhos brilharem, fossem de pavor ou de desejo. Esse tipo de emprego era algo que nunca esperou ter, mas que ansiava descobrir o que poderia trazer para sua vida.

***

O ambiente era maculado, sobrepujado pela terra mortal e seca abaixo, um segundo andar que poderia estar a sete palmos abaixo da terra ou muito além devido a quem acabou de adentrá-lo; era Samael* observando seu mais novo território inimigo e cheirando a espécie que nunca lhe foi semelhante. Pelo menos, não tinha cheiro de sabonete.

Tons amarelos de luz fraca, paredes sépias e desbotadas, cadeiras marrons escuras, um armarinho de madeira velha, mofada, carregavam a nostalgia daquilo que nunca vivenciou, uma sensação estranha subia pela garganta. Não sabia distinguir se era ansiedade ou nojo. Parecia estar no inferno e, estranhamente, não se sentia em casa.

As pinceladas de cinza do horizonte e o amarelado da vegetação local na janela estreita e alta resplandeciam por meio do vidro embaçado e sujo para dentro de um olhar azul anil tão angelical quanto de um querubim caído. Um olho com cor e outro cego, totalmente branco, e no canto do rosto esquerdo uma grande cicatriz vermelha em formato de "X" envergava a pele branca.

Algumas árvores peladas e com galhos retorcidos ao longe com seus pássaros cantando eram sinônimo de liberdade, anunciando como eram inalcançáveis por seus predadores; a sensação sufocante dos objetos e o aspecto pequeno da saleta era o oposto disso, revelava o quão perto a caça está do caçador. Se era a doutora sentada ou o monstro de pé, ninguém sabia ainda.

Uma prisão como uma mente igual a dele, como potes de livro com formol e caveiras sorridentes e quebradas no chão empoeirado. Uma prisão como um encontro repentino, sem nota prévia ou anúncio premeditado. Um absurdo em plena luz do dia, uma falta de humanidade e o exagero do animalesco. Era uma ratoeira aguardando sua pequena presa.

Quando sentou-se na cadeira, o objeto rangeu tristonho, devido ao peso de seu forte corpo, o mesmo que pendurou mulheres, as amordaçou e açoitou-las em seu órgão mais sagrado e que criava a vida como um milagre. Respirou fundo e encarou os lábios carnudos com o batom nude chamativo, admirou a tonalidade retinta da pele, as rugas na testa, espremeu os olhos, juntou as mãos sobre os joelhos dobrados, entrelaçou os dedos teatralmente e relaxou os ombros no encosto. Sabia parecer humano quando lhe era conveniente.

Daniel: Serial Killer Escape [+18] || Evan Peters || degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora