🔇CAPÍTULO XVI: SILÊNCIO ENSURDECEDOR🔇

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A terra seca como areia sujava seus tênis brancos, mas ele não se importava e achava até corajoso a forma firme e segura com que Carla andava pelo pasto arenoso após terem atravessado a grama do pasto as suas costas usando nada em seus pés descalç...

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A terra seca como areia sujava seus tênis brancos, mas ele não se importava e achava até corajoso a forma firme e segura com que Carla andava pelo pasto arenoso após terem atravessado a grama do pasto as suas costas usando nada em seus pés descalços, negros, pequenos e fortes. Todo o corpo dela era forte, aos treze anos, parecia uma menina de dezesseis ou mais, coxas grossas aparecendo sorrateiramente pela baía da saia do vestido surrado e que antigamente era branco, agora, somente um amarelo encardido.

Ela sempre ia na frente quando exploravam o terreno do casarão, com seus treze anos, Daniel não achou mais tantos animais para perseguir na fazenda, além de que não ganhou nenhum outro dos pais ou insistiu para sua amiga ajudar ele a caçar alguns. Entretanto, ela havia prometido que, assim que eles tivessem treze anos, tentariam chegar perto do chiqueiro de gás que ela tinha falado. Miller, por outro lado, nunca tinha ouvido falar sobre aquele lugar na enorme fazenda, criando um mistério digno de filmes de suspense que prendiam a atenção do menino até altas horas da noite.

Ali estavam os dois, o sol da tarde ainda era ardido, fazendo o suor escorrer pela testa larga e branca de Miller e molhando levemente os cabelos perto da nuca de Carla, a garota era até mais alta que ele, além de forte, mais confiante, mais autêntica, conseguia rir mais e até fazia o companheiro de brincadeiras e tardes tediosas sem banheiros para limpar sorrir mais do que o comum para ele. Era uma amizade por conveniência e costume, mas, mesmo uma assim, pode marcar nosso coração como se fosse um ferro esquentado em brasa flamejante: faz com que sempre nos lembremos da dor que é perder algo comum do dia a dia.

— Ainda está muito longe? — O loiro perguntou enquanto subiam um pequeno, mas estreito, morro de areia que separava uma parte da fazenda da outra, Carla revirou os olhos e continuou escalando a frente.

— Pare de perguntar isso e anda mais rápido, deve ser depois desse morro — era o que Daniel esperava após ouvir como resposta da amiga, com esforço descomunal nas pernas, abusando do pano nada elástico de suas calças sociais, ele continuou subindo sem parar aquela ladeira até que viu a amiga parar no topo, respirar fundo, passar o dorso de uma das mãos na testa e encarar o horizonte.

— Espero que esteja vendo o chiqueiro — ele disse alguns passos atrás dela, o sol escaldante, o céu sem nenhum nuvens, o ar era seco como o deserto, há dias não chovia na cidade, o que alertava os fazendeiros, mas seu pai nem tanto, já que o negócio dos sabonetes despontava como sempre, sendo seu carro chefe, à medida que mais pessoas murmuravam que os criados da fazenda Miller desapareciam sem deixar qualquer rastro. Quando, enfim, se pôs ao lado de Carla, arregalou os olhos ao encarar o que a amiga via também.

— Já te disse que nunca vim até o chiqueiro, mas só pode ser ele — a garota negra comentou terminando de tomar fôlego, enquanto o coração de Daniel ainda disparava devido ao esforço e seu suor fazia sua camiseta de linho branca colar em suas costas magras.

O que os dois encaravam era uma espécie de fábrica gigante com uma pequena casa ao lado, não eram maior do que o casarão, mas certamente eram grandes, cinzas, com cercas altas e arames ao redor, muitas pessoas estavam sendo levadas para dentro do terreno, ficam em fileiras, como cabeça de gado, uma atrás da outra, silenciosas e de cabeça baixa, a maioria idosos e gordos, mas nada saia, por enquanto, das altas chaminés da fábrica pequena instalada ali.

Daniel: Serial Killer Escape [+18] || Evan Peters || degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora