Capítulo 1

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Preparados?

Boa leitura...

- 553, 554, 555, 556 - os sussurros quase inaudíveis da morena eram o único som do quarto espaçoso, quarto esse que noites atrás era coberto por gemidos prazerosos.

Faziam pouco menos de 10 minutos que Zuri estava ali, sentada na grande e confortável cama de frente para o característico relógio, esse momento a lembrava do passado, quando ela passava horas e horas apenas olhando o tic tac irritante, esperando muito mais de minutos sem fim o tempo passar.

Mas agora a mesma estava olhando o relógio com outro propósito, ela não esperava por um momento de alívio como no passado, bom talvez espera-se, o alívio de ver Duque.

Seus olhos seguiam os ponteiros como ela aprendeu em mais nova, Anna que a ensinara, no início era só um jogo para passar o tédio, mas depois se tornou um escape, todos os dias o som já conhecido estava empregando em sua mente, contando como a ensinaram.

Foram tantos números que ela tinha de recomeçar e recomeçar até chegar a hora de sair.

Era tudo o que ela queria naquela época, sair .

Mas agora só queria o Duque, o pequeno cachorro e se tornara o melhor amigo dela, o ser mais próximo de família que ela tinha.

Ela o amava mais que sua família biológica, mais que pintar e talvez mais até que chocolate.

Zuri ama chocolate.

Mas ama mais Duque.

Faltava pouco para o aniversário de Zuri, não que esse pensamento a passa-se pela cabeça, as coisas estavam diferentes, mas como não estariam? Duque morreu.

Só esse pensamento era agonizante, a menor não falou, estava calada, o que não era nada comum, seus olhos vermelhos do choro silencioso que aconteceu naquela noite, ela não se lembrava de muito.

Tudo se passava tão lentamente mas tão rápido ao mesmo tempo.

Lembra-se de coisas vagas, o som do tiro, o latido sofrido de Duque, o cheiro de sangue, mas o resto era apenas imagens desfocadas que Zuri não lembrava direito.

O cachorro foi enterrado.

Enterrando como se ele não fosse voltar nunca mais.

Mas a morena não protestou, talvez fosse o choque, na cabeça dela, Duque estava vivo, apenas dando uma soneca, ela sabia que ele gostava de dormir.

Também não importava, só o tempo importa, o tempo que ele levaria a chegar.

Talvez não chega-se, esse era um dos muitos pensamentos em sua cabeça.

Mas a mente de Zuri gritava muito alto no silêncio de tanta gritaria, e no meio de tantos gritos não ouvidos a menor focava apenas num pensamento, como sempre fez .

Pensamento por pensamento, se focasse apenas num, como ela faz agora, pensando em quando Duque vai voltar, não pensaria que talvez, ele estivesse morto.

Porque ele estava.

Mas esse não era o pensamento que Zuri focava.

- quinhentos e noventa e sete, quinhentos e noventa e oito, quinhentos e noventa e - repentinamente parou de contar, foram poucos segundos até voltar só que agora desde o início - um, dois - mas agora, diferente de antes, seu pensamento era outro.

O que preocupava mesmo a ela agora era a simples cogitação do amigo estar sofrendo, com dor, como já referi antes, para Zuri, Duque fez uma promessa, então ele estava vivo.

Nossa só nossa garota (parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora