esse vento furta minha alma
mal sabe ele que eu nasci assim
desperta demais para os mortos
mas muito fraca para sair daqui
eles tentam me tocar
em cada canto me buscar
mas minha pele tá sempre gelada
quase impossível de acalentar
e é terrível sentir a si mesmo assim
perdido em um céu índigo
e ensopado de vermelho rubi
me jura que eu vou me sarar
pra mim isso deve importar
mesmo que até em seus olhos
eu veja o desprezo
que nem para eles eu desejo
mas talvez eu não seja má
igual eles tentaram me incitar
eu choro por mim todas as noites,
abafo minha respiração
em um canto cansado
melodia fria e ímpia
não me chame pelo meu nome
já não sei mais a quem ele pertence
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ELÃ
PoetryCompilado de textos de uma mente em movimento, bagunçada e contraditória.