Eu escrevo com a voz do meu peito
Aquele som intenso, que nunca se dá por satisfeito
Ontem foi um dia salgado, levado por um mar de sentimentos angustiados
Porque quando anoitece, o barulho se torna imparável
Quase amável, na sua insistência em não me deixar
De todos eles, você foi o único quem ficou
Pra assistir meu espetáculo fracassar e se transformar em areia pegajosa
Viçosa
Corte-me em pedaços e fique com as melhores partes
Escolha as que você gosta e me deixa ir embora
Não aguento mais implorar pra ser vista
Por olhos nublados, escondidos atrás das minhas próprias inseguranças
Quero distância
Fim da tormenta
Da chuva
Quero calma
Quero sol
Quero casa
A paz vive ali,
Bem longe de mim, quase consigo tocar
QUASE
Mas ela volta, sussurrando como um segredo
Fiel como um juramento
Sangrento como meus sentimentos
Que esmagam e matam, antes de me libertar
Preciso ser salva de mim, enquanto me aprisiono, berrando em prantos, quando tudo o que eu preciso é me livrar disso
Ou aceitar, que só com isso eu existo
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ELÃ
PoetryCompilado de textos de uma mente em movimento, bagunçada e contraditória.