The Key - Duskwood

027

☆Astrid on☆

Sinto uma tontura me dominar, a escuridão vai se dissipando conforme abro meus olhos, consigo ver pontos brancos quando sinto algo em minhas mãos, é uma mão.

-Calma, você vai ficar bem.- Uma voz sussurra próximo a mim, mas não consigo destingui-la.

Os pontos brancos de minha visão, se transformaram em uma sala branca e sem graça, olhando para o lado, observo a pessoa que deve ter falado  comigo. O rosto me é familiar, mas nada me vem à cabeça, é um homem de fios de cabelo preto, não consigo distinguir a cor de seus olhos, mas me parece ser clara, ele segura minha mão como se eu dependesse disso.

Uma enfermeira chega e começa a medir minha pressão, depois observa o aparelho que indica meus batimentos cardíacos e logo analisa minhas pupilas.

-Você se lembra seu nome?- A enfermeira pergunta, demorei um pouco até me lembrar.

-Astrid Duarte.- Digo.

-Ela precisa descansar, seu celebro precisa de tempo para voltar ao normal, depois de todas as vezes que ela acordou processando de mais, aquilo a exaustou e dessa vez tivemos que dopar ela deixando seu celebro com respostas lentas.

Não consegui entender direito, acho que desgastei muito minha mente e ao que parece, dormi por muito tempo.

-Obrigada.- O homem diz.

Sinto necessidade de olha-lo nos olhos, e assim faço. Seus olhos, são esferas azuis magníficas, sinto uma conexão, uma emoção de estar vendo algo que amo. Uma frase me vem à cabeça. "Eu te acho fascinante."

-Jake?- Esse nome me veio, como se surgisse da escuridão, eu o conheço e o amo.

-Shiii!- Ele faz o sinal para mim ficar em silêncio.- Você precisa descansar, estou aqui e Vinnie também, pode relaxar.

"Vinnie" Vinnie Vinnie Vinnie. Lembrei, é meu irmão, também tem o Pietro. Meus amigos, Jessy, Lily, Cléo, Hannah, Dan, Richy. Vários nomes junto a memórias aparecem em minha cabeça.

-Pietro, cadê o Pietro?-  Lembro de já ter perguntado pro Vinnie, mas tudo o que ele me respondeu foi "Não foi culpa sua."

-Não faça esforços.- A enfermeira diz encostando meu corpo na cama, nem percebi o momento em que tinha me sentado. - Durma um pouco, logo poderá ir pra casa.

-Vou estar lá fora, agora descanse, minha hacker.- Ele beija minha testa e momentos depois sinto minhas pálpebras pesarem.

......

Abro os olhos em choque, acordei muito rápido e agora as memórias estão de volta. Não há ninguém no quarto, tiro alguns fios que me ligavam a máquina e o tubo que dava soro do meu braço. Saio sem rumo.

-Moça? Quer ajuda?- Pergunta um rapaz alto, com pele morena e cabelo loiro, deveria ter em torno de 27 anos.

-Onde fica a sala de espera?- Talvez alguém me espere lá.

-Me acompanhe senhorita.- Ele diz passando em minha frente e seguindo um corredor.

Andamos por um tempo até eu ouvir passos pesados em minha direção.

-Se afasta Astrid!- Jake fala com a voz carregada de ódio correndo na direção do homem.

O homem se aproxima de mim e eu tento fugir, mas ainda estou fraca.

-Não tente nada, Jake.- Ele diz e coloca seu braço envolta ao meu pescoço e começa a apertar.

-Darius, para!- Jake chama sua atenção.- Por que está fazendo isso? Eu estou aqui, venha me pegar, ela não tem nada a ver com isso.