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∆ Joshua on ∆

Depois de ser "pego", fui levado a uma sala de interrogatório onde já havia alguém me esperando. Era uma mulher que está de cabelo preto amarrado em um rabo de cavalo espera com que aquele que conseguiu me pegar me ponha sentado e coloque as algemas presas a mesa.

-Você é novo!- Ela o avalia.

-Sim, senhora. Hoje é meu segundo dia. Fui encaminhado até aqui para servir ao subchefe em suas pesquisas.- Ele faz um gesto de continência e assim sei que a pessoa a minha frente está no auto do patamar.

-Pode sair agora- Ela aponta para a porta e ele obedece, me deixando sozinho com ela.

Agora que a observo bem, noto que é a ex do Vinnie, a espiã que colocou as câmeras naquela casa e armou pra todos. Cheguei muito tarde, mas pude presenciar sem que eles soubessem as últimas 48 horas dela em Duskwood.

-Ok, Joshua...- ela pronuncia meu nome com nojo- Quer dizer, Sam Smitty. - meus olhos se arregalam quando ouço meu verdadeiro nome... isso é informação que foi enterrada a muito tempo, a quantidade de pessoas que sabem é bastante limitada.

Ela percebe minha confusão e seus lábios se repuxam em um sorriso predatório.

-Conheça seu inimigo.- Seu sorriso se alarga.- O que você veio fazer aqui?

Continuo calado, não vai ser agora que vou abrir a boca.

-Bem, lembro de um surto que teve em uma região. Zombes?- Ela dá risada- As coisas ficaram feias né. Enquanto aos clones? Isso é bizarro.

Como ela pode ter essas informações? É de nível extra sigiloso, assim como meu nome.

-Vamos lá Sam, você deveria estar do nosso lado, você sabe que aqueles clones foi culpa do governo.- Ela tenta me convencer.- Eles sempre querem esconder as coisas atrás das cortinas.

Por um lado ela está certa, no início eu pensei em ir para o FBI com princípio de vingança, perdi minha família e minha melhor amiga, meu irmão mais velho morreu me ajudando a fugir. Mas acabei me desviando do caminho, com minha primeira missão, proteger Astrid, me certificar de que ela não seja encontrada e usada para ameaçar seus pais. Tinha outra equipe que estava tentando rastrear eles desde o desaparecimento, mas sem sucesso.

Ela se levanta e começa a se aproximar mais de mim.

-Vamos, por que não quer contribuir? Estou fazendo do jeito fácil.- Seus lábios se repuxam em malícia sombria. Sua mão vai ao lado do corpo tirando uma adaga preta.- Você não quer do jeito difícil não é mesmo?

Engulo em seco. É bom que aquele cara chegue logo, não vou ceder se ela me torturar, mas é possível que eu morra.

- Por que você está fazendo isso?- São minhas primeiras palavras.- Você disse que deveria estar do seu lado, mas porque eu estaria do lado que está construindo máquinas mortíferas de combate?

-Quem lhe disse isso?- Ela me encara com confusão e curiosidade, assim percebo que não deveria ter falado isso. Sua adaga agora está em meu pescoço, uma leve pressão e irá me cortar.- Diga-me, como sabe de algo que apenas essa equipe, e aquele casal de merda sabe?

Não posso falar que vi o projeto original, se mentir falando que deve ter vazado, ela vai suspeitar de um infiltrado, o que há no momento.

Ela afasta o objeto de meu pescoço para que eu fale.

-Um palpite.- Minha resposta ganha uma resposta dela: sua mão fechada em direção ao meu olho direito. Ai.

-Resposta errada.- diz com falsa decepção- Acho que vou ter que tirar a força.

Ela vai até uma mesa que não tinha visto e pega uma pulhadeira e a veste enquanto se aproxima de mim...

-A mãe da garota deixou uma carta, mencionou sobre o projeto... nada mais.- Não estou mentindo, mas também não estou contando tudo.

-Você a leu?

-Não, não li, ela queimou a carta, só sabemos disso porque a interrogamos.

-O que mais descobriram?- seus olhos estão famintos, esperando informações ou a oportunidade de me agredir novamente.

- Que ela os odeiam... não descobri nada relevante além desse lugar e o que estavam planejando.

-Está dizendo que você mesmo a interrogou?

-Sim.

-Contou para alguém?

-Apenas os irmãos dela.

-Está mentindo?

-Acha que estou mentindo?- Faço a expressão mais confiante e predatória possível.- Não vou permitir outra catástrofe. Quantas pessoas vocês pretendem matar? O que pretendem fazer com essas malditas de endrenagens?

-Apenas os cabeças do FBI e do governo. Eles escondem tanta coisa. Você sabia que a segunda guerra mundial na verdade foi ideia deles para reduzir a quantidade de habitantes no mundo? Vamos lá, olhe para o que ele fez com o seu povo, você realmente vai ignorar e esquecer?

-Se for isso que eu tenho que pagar para vocês não conseguirem da arma, então vou esquecer.- Digo entre dentes- Essa arma não pode existir.

-Claro que pode, e já está quase concluída- Seus olhos ganham um brilho doentio quando ela continua- Que tal servir de cobaia para ela? Daqui uma ou duas semanas.

Não respondo. Seu dedo passa lentamente na adaga que ela retornou a sua mão.

-Vamos, que tal contar-me mais algumas coisas antes de virar destroços?- Sua voz é puro divertimento.

- Você é um monstro.

Assim que termino de falar essas palavras, sua mão com a punhadeira vai para meu abdômen. Um soco que quase me faz vomitar.

-Vamos lá, quem lhes abriu a porta? Foi Nymos não foi? - Ela percebe que não vou responder e prossegue - Não importa, temos alguns agentes a procura daqueles três.

Droga, espero que eles estejam longe, não quero mais gente morta.

-Que amigos esses que o deixara aqui? Junte-se a mim e poderemos ensinar uma lição neles.- Pura persuasão sai de seus lábios.

-Prefiro morrer a me juntar a vocês.- Dessa vez sua adaga corta-me a minha mão esquerda algemada. Au, isso vai deixar cicatriz.

-Você seria um ótimo alinhado. Vamos Sam, sei que no fundo você quer se vingar pelo que fizeram com seus pais, seu irmão, sua amiga...- Ela tem razão, mas eu não posso ceder a esses sentimentos, não posso deixar mais pessoas morrerem. - Não quer sentir o gosto de vingança?

Ok... ela conseguiu o que queria, vou me juntar a ela. Pendo minha cabeça para frente, e dou um pequeno sorriso ao pensar na ideia de fazer os culpados por aquele episódio pagarem.

-Como posso ser útil?

The Key - DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora