"Capítulo 09 - Doutor Ríos Bernal"

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Leandra estava na cozinha, ainda pensava em tudo o que tinha acontecido.

Ela não iria conseguir dormir e deixar aquela situação assim, mesmo vendo que Eugênia e Henrique conversaram e fizeram as pazes, e finalmente fizeram o amor que eles tanto desejavam, ela não iria conseguir ficar em paz, pelo menos até falar com Eugênia para ver como seria a atitude dela.

Ela não sabia como era seu passado, mas ela se conhecia, sabia do seu caráter, da sua força, da sua lealdade com os que te amam.

Enquanto pensava em o que poderia fazer para sair dessa situação, e que Eugênia tirasse da cabeça as coisas que ela sabia exatamente o que a patroa estava pensando... Ela tomava uma xícara de chá e folheava um jornal, sem muito interesse nas notícias, só precisava acalmar os pensamentos para poder falar com Eugênia.

Estava até pensando em ir embora, deixar tudo pra trás e fazer sua caminhada sozinha, ja estava bem de saúde, tinha suas economias, era forte o suficiente para trabalhar em qualquer coisa.

Ao passar mais uma página do jornal, ela sorriu... Colocou a xícara no balcão e segurou o jornal perto de seu rosto.

Leandra: Você de novo!!

Levou o jornal ao seu peito e fechou os olhos, suspirou sentindo o coração quentinho e tranquilo, mesmo depois de toda aquela situação que passou, quando ela viu a foto no jornal todos os problemas desapareceram como mágica.

Ela levantou e seguiu até seu quarto, sorridente ainda.

Embaixo de sua cama ela tinha uma caixinha rosa, como um porta jóias, Dalila tinha dado a ela de "presente de aniversário", Leandra riu baixinho alisando a caixinha com carinho, nesse dia a pequena disse que era uma data especial e que era de aniversário, foi o dia seguinte em que Leandra chegou naquela casa.

Dalila a amava tanto e Leandra sentia isso todos os dias, seu peito se enchia de amor quando ela via a pequena, parecia algo extraordinário, um amor maior que não existia uma explicação, que nem mesmo ela sabia o por que de tanto amor por uma criança que nem era sua. Mas dentro dela tinha uma necessidade de colocar aquele amor de mãe pra fora, como se estivesse preso a espera de alguém para preencher.

E ela dava todo esse amor, a Dalila.

Assim que ela abriu a caixinha, seu sorriso se tornou um suspiro, ela recortou com as mãos a foto que estava no jornal, mais uma pra coleção.

Leandra: Já sei que você existe, só não sei o porque de você está sempre nos meus sonhos...

Ela sorriu alisando com a ponta do dedo o rosto no recorte do jornal.

Doutor Ríos Bernal, então esse é o seu nome?

Falava com os recortes que ela tinha dele dentro da caixa, eram várias matérias falando sobre o êxito e o grandioso médico que ele era, como se fosse uma pra cada mês, ou pra cada semana, sempre que ela o via no jornal, ela recortava a matéria junto a foto e guardava.

Foi quase como um ataque do coração a primeira vez que ela sonhou com ele e uns dias depois o viu no jornal, parecia que iria morrer com aquele mistério.

Noites e mais noites ela sonhava com esse homem, acordava sempre eufórica com a respiração pesada, apesar de tudo o que já passou, ela era uma mulher, uma mulher com desejos carnais como qualquer outro ser humano.

E esse homem a deixava de perna bamba, era como se ele a tocasse em seus sonhos, e eram tão quentes que ela escutava os sussuros dele em seu ouvido, sentia suas mãos grandes passearem por seu corpo... Leandra estava de olhos fechados sentada no chão, apreciando as imagens que sua mente lhe mostravam, como se fosse um vídeo passando por sua cabeça, ela começava a duvidar se eram sonhos ou lembranças.

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