"Capítulo 03: Abrindo o jogo"

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Leandra se levantou e saiu correndo, tudo se misturava em sua cabeça, pra ela, nada fazia sentido, as palavras voavam pra longe assim como seus pensamentos.

Então, ela entrou na cozinha e se bateu no peito de Henrique, ele a olhou e tocou as costas dela.

Henrique: Leandra?

Segurou os ombros dela e a fez olhar em seus olhos.

Leandra: Perdão, perdão senhor.

Henrique: O que aconteceu?

Ele olhou pra fora buscando alguém ou algo.

Leandra: Eu quero me lembrar, eu preciso me lembrar.

Ela chorou forte e seu coração estava cheio de angústias, Henrique abraçou ela com cuidado e suspirou forte.

Henrique: Você precisa se acalmar, vem aqui.

Ele a levou até a cadeira e pegou um copo de água para ela, estava pálida e quase perdendo os sentidos. Henrique sentou-se ao lado de sua empregada e a mirou procurando alguma resposta em seu semblante perdido.

Leandra: Eu acho que me lembrei do meu nome.

Falou sorridente, porém assustada. Henrique arregalou os olhos e engoliu seco.

Henrique: Seu... seu nome??

Leandra: Sim, acho que sim, não sei se realmente sou eu...

Ela colocou a mão na testa, e uma no peito sentindo seu coração pular quase saindo de dentro.

Leandra: Victória... eu não sei se realmente é meu mas eu escutei, eu me vi, foi como um filme na minha cabeça alguém me chamando de Victória.

Olhou Henrique ainda confusa.

Henrique: continue...

Falou preocupado.

Leandra; teve outras coisas mas não sei, não me lembro, não me lembro.

Ela se levantou deixando o copo em cima da mesa e saiu correndo em direção ao seu quarto.

Henrique suspirou e passou a mão no cabelo grisalho e muito bem cortado, era um homem muito vaidoso, e o tempo só lhe fez bem, a idade lhe tornou um homem muito mais bonito e maduro, porém com seus medos e segredos...

Dalila: Papai, paizinho...

Ela parou bem na frente do pai e tocou o braço dele.

Dalila: Ta cholano?

Se abaixou e olhou o rosto do pai, que ele esconda com as mãos.

Dalila: Heique.

Falou igual a mãe quando estava brava com ele.

Dalila passou pela perna do pai e se colocou no meio, puxou a cabeça dele enquanto ainda matinha os olhos fechados.

A menina olhou a mãe que tinha acabado de chegar e estava apoiada na porta da cozinha olhando seus amores ali e logo um  sorriso surgiu em seu rosto.

Dalila: Mamãe, o papai ta cholano, ele ta paladinho vem aqui ver ele mamãe, eu tô com o colação assim.

Ela balançou a mão rápido e ofegou.

Eugênia: O que o papai tem é falta de surra meu amor, igual aos filhos.

Dalila: Euuu não mamãe, oçe!!

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