"Capítulo 14 - Verdades."

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Henrique: Me desculpe Leandra.

Leandra:  NÃO ME CHAME ASSIM ME OUVIU? NUNCA MAIS!!

Ela gritou saindo do carro batendo a porta, pegou o primeiro táxi que viu e entrou, eles estavam em algum estacionamento qualquer, pois Leandra queria saber logo toda a verdade e não podia esperar mais.

Henrique apenas observou para ver onde ela ia mas não a seguiu, baixou a cabeça no volante e ficou ali arrependido, e pensando em Eugênia.

Ela não iria perdoa-lo nunca!

Ele respirou fundo e deu partida no carro indo para a empresa, ligou para Eugênia pelo viva voz do carro, para avisar que já tinha deixado Dalila na escola e para saber como estavam as coisas, se Leandra tinha chegado e se Eugênia já odiava ele.

Tinha muito medo disso acontecer, sabia que estava muito próximo esse momento.

Eugenia: Amor, você tem certeza que está bem?

Ela estava sentada em sua mesa.

Eugênia era uma grande advogada, e gostava de trabalhar para mulheres, defendia com unhas e dentes os direitos delas como mães, esposas, ou em caso de divórcio e violências de todo tipo, fosse sexual, física ou psicológica.

Algumas vezes ao ano, ela dedicava um pouco de seu tempo e suas habilidades para ajudar algumas famílias de forma gratuita, com doações ou até mesmo com seu serviço de advogada.

Henrique tinha orgulho da mulher que tinha escolhido como esposa, a conheceu quando uma de suas sócias da empresa tinha contratado os serviços de Eugênia para dar entrada no divórcio difícil que ela estava passando, o marido a perseguia, não queria assinar a papelada e dificultava a divisão da guarda do filho ainda pequeno.

Eles se conheceram nos corredores da grande empresa de vendas e compras de ações que Henrique tinha herdado do pai, junto a Otávio.

Eugênia conhecia Otávio bem antes de conhecer Henrique, chegaram a ter um breve "relacionamento", mas Eugênia não se sentia confortável com algumas atitudes possessivas de Otávio, então, preferiu não levar adiante, e no processo de divórcio da sócia de Henrique, ela conheceu o grande amor de sua vida.

E todas essas lembranças atordoavam Henrique, doía o fato de que a partir daquele dia, ele viveria só dessas bonitas lembranças desses longos anos em que estava casado com a única mulher que ele amou na vida, com a única que ele pôde contar, confiar, e com quem formou uma família e essa mulher aceitou com o coração cheio de amor a ele e ao pequeno Mário.

Que ela ama como se fosse dela.

Ainda a caminho da empresa, ele mordia os lábios nervoso enquanto umas lágrimas molhavam seu rosto e seus lábios.

Eugênia: Amor? Está aí? Henrique, responde!

Henrique: Eu... eu, Estou bem minha vida.

Eugênia: O que aconteceu? Você está tão estranho.

Ele apertou os olhos e parou o carro no sinal fechado.

Respirou fundo afrouxando um pouco a gravata que o sufocava e a respondeu com a voz cortada.

Henrique: Eu só estou preocupado meu amor, não é nada demais.

Eugênia: Com o quê? Algum problema com nossos filhos? O Mário aprontou de novo?

Ela se levantou já tensa.

Henrique: Não, não é nada com nossos filhos, mais tarde irei na escola do Ricardo para resolver aquela questão dele, tudo bem?

Eugênia: Tudo bem amor, me dê notícias então.

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