Capitulo XII - Amigo

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Oi, como prometido eu vou lhe escrever mais cedo. Nessa semana não aconteceram tantas coisas, mas as coisas que aconteceram foram marcantes, de certa forma. Depois daquele dia, eu fui para a casa da Gabriele ver como ela estava. E cara, ela até parecia ser outra pessoa.

Ela estava muito, mas muito pálida. Parecia que não comia há dias, estava mais magra e com olheiras. Seu quarto não estava com um cheiro muito bom também, parecia que ela não saia de lá há muito tempo. Eu fiquei com pena dela. Dessa vez fiquei com pena mesmo.

Ela olhou pra mim, sorriu e me disse:

- Que bom que você apareceu aqui, Bernardo. Eu queria me despedir do meu amor antes de eu partir. Eu não queria morrer sem te dizer algumas coisas. Eu me arrependo muito de ter feito aquilo com você, mas pelo menos você conheceu uma garota melhor do que eu por eu ter feito isso. Eu torço pela felicidade de vocês dois, eu quero que você seja o homem mais feliz do mundo, quero que você faça ela a mulher mais feliz do mundo. Eu sei que não vai sentir minha falta, e nem precisa, eu só fiz você mal. Agora me dê um abraço e vá embora, vá fazer a Amanda feliz.

Ouvindo isso eu fiquei com um puta aperto no coração. Eu estava sentindo muito dó dela, e me senti um pouco culpada também, porque eu poderia bem ter perdoado ela antes de tudo isso acontecer. Então eu a abracei e disse:

- Eu posso até ir embora, mas só se você me prometer não fazer nada. Eu vou sentir sua falta, você ainda é minha amiga, mesmo tendo feito essas coisas comigo.

Ela sorriu, e disse que não iria fazer nada. Aí então eu fui embora.

Voltando para casa, a mãe do Eduardo havia me mandando uma mensagem, dizendo o seguinte:

"Bernardo, eu já estou na cidade, irei fazer uma visita para sua mãe no sábado que vem, eu espero que você esteja lá, para poder lhe entregar o bilhete que meu filho deixou, e espero que realmente queira lê-lo. Beijos."

Eu fiquei um pouco apreensivo com isso, eu queria muito ler esse bilhete logo, mas parece que há algo nele que não irei gostar de ler. Espero que não seja nada de ruim, que isso seja coisa da minha cabeça mesmo.

Depois disso, eu fui à cafeteria encontrar com a Amanda e com o pessoal. Ficamos lá pouco tempo, tomei dois ou três copos de cappuccino, e depois fomos ao cinema. Fomos assistir a um filme de terror, que pra mim se parecia com comédia, pois eu não senti medo algum. Eu nem gosto de filmes de terror, eu só fui por causa da minha namorada e por causa do pessoal, acho que garotas se sentem confortáveis vendo filmes de terror nos braços de caras que elas amam, devem se sentir seguras, pelo menos eu acho.

Christopher e Sophia estão cada vez mais apaixonados, ele vive me dizendo o quanto eles se dão bem, o quanto eles se completam e tem tantas coisas em comum. Uns exemplos são gosto de tatuagens, gosto musical, pensamento sobre religião, o gosto de poesias, etc.. Parece até que eles já estão namorando, inclusive ele havia me dito que já pensa nessa hipótese. Só que ele tem medo dela ser somente mais uma. E Sophia pensa o mesmo, ela disse para a Amanda que quer ele, mas tem medo dele ser somente mais um. Parece ser um paradoxo.

Mas no final daquele dia no cinema, isso iria mudar. Quando todos nós estávamos indo embora, Christopher me chamou, e me disse que iria dizer algo para surpreender a todos.

Ele chegou perto da Sophia, ajoelhou-se e fez o pedido de namoro. Ela começou a chorar, o abraçou e gritou "Eu aceito!". Todos nós estávamos felizes por eles, principalmente porque com tão pouco tempo os dois se deram tão bem, talvez até sejam feitos um para o outro mesmo. Eu não acredito nesse lance de alma gêmea, mas foi um amor tão do nada, e tão real, que até parece um amor de cinema, de um livro, de novela.

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