Capítulo XVII - Um novo rumo

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Oi, acho que já faz bastante tempo que não escrevo pra você.

Deve ter uns três meses não são? Não sei nem se ainda lembra-se de mim.

Nos últimos meses quase não aconteceu nada, mas o que aconteceu mexeu um pouco comigo, com Amanda, com o Chris e Cecília.

Desde o dia em que minha mãe veio aqui para falar em minha cabeça, nem ela e nem o meu pai falam mais comigo. Eu ainda não sei porquê, mas talvez por terem descoberto o que eu ando fazendo ultimamente.

Eu disse que eu comecei a fumar cigarros, mas não é a única droga que eu comecei a usar.

Certo dia, eu estava voltando do trabalho e me deparei com um cara fumando um baseado de maconha.  Eu fiquei com vontade de experimentar, mas não tive coragem de pedir. Até que um cara me chamou e perguntou se eu queria comprar algo.

Eu disse que não, só estava passando ali à toa mesmo, mas ele insistiu, e eu perguntei o que ele tinha para mim.

- O que você quiser eu arrumo pra você aqui e agora!

Eu me lembrei de quando Eduardo e eu ficávamos cheirando sal como se fosse cocaína, e também lembrei de quando nós planejamos cheirar na faculdade.

Eu comprei cocaína. Eu gastei R$134,00 em cocaína.

Cheguei em casa, e fiquei olhando para aquele pó branco, mas eu não tive coragem de cheirá-lo, acho que sou meio covarde para essas drogas mais fortes, então eu fui pro meu quarto e deixei o pacote lá na sala.

Passaram-se 30 minutos e minha campainha toca.

Era a Amanda.

Com olhar meio triste, dizia estar com medo do que está para acontecer. Isso foi no meio do mês retrasado.

Eu perguntei o que estava acontecendo, mas ela não conseguiu me explicar, ela começou a chorar e me abraçou. Eu fiquei sem entender, porque raios minha namorada está chorando na porta da minha casa? Porque nem avisou que estava indo até lá?

Então convidei-a para entrar,e fomos para meu quarto, nos deitamos e eu tentei acalma-la, e até consegui. E então, após muita conversa ela resolveu falar o que estava acontecendo.

- Bê, você ultimamente está distante de tudo, de mim, dos seus pais, do Chris, de todos. Está acontecendo algo?

Eu dei uma risada, e disse para ela não se preocupar.

Ela sorriu e me deu um beijo, falou então que iria embora.

Eu a acompanhei até a porta, mas antes, algo chamou sua atenção. Era o pacote com a minha cocaína. Ela pegou e perguntou o que era aquilo.

Não soube como reagir, apenas disse que era cocaína. A garota surtou, começou a falar um monte de merda na minha cabeça, como se eu fosse um monstro por querer me destruir por dentro.

Ué, garota, quer que eu faça o que? Quer que eu ande sempre feliz por aí? Que minha vida vai dar tudo certo só porque a sua deu? Eu não sou um garotinho mimado pela vovó não!

Eu só pensei nisso, mas eu não disse nada.

Então ela disse para eu decidir, ou eu mudo esse meu jeito, ou terminamos. Ela não queria mais aceitar que eu continuo fumando, bebendo e cheirando coca.

E adivinha, eu estou solteiro.

Amanda não manda em mim, eu faço o que eu quiser da minha vida, não importa se é algo bom, ou algo ruim, foda-se.

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