Eu transei com a Cecília.
Não é um bom jeito de começar uma carta, mas eu não soube muito bem como começar.
Nessas três semanas que fiquei sem escrever aconteceram umas coisas bem loucas. Parece até ter passado mais tempo do que só três semanas.
Eu ainda to sem a janela do meu quarto, ele está todo molhado por causa dessas chuvas, mas não me importo muito, eu ando dormindo na sala vendo TV, fumando cigarros e bebendo.
Um dia depois de ter te mandando a ultima carta, eu fui à praça onde sempre encontro com o pessoal. Mas dessa vez eu fui sozinho, eu queria pensar um pouco sozinho, queria ver o mundo sozinho, queria encontrar um motivo para eu não comprar uma arma e atirar contra minha cabeça.
Eu estava bem pra baixo, até que de longe eu vi um cara vendendo picolés. Logo eu o reconheci, ele vendia picolés perto da casa da Letícia, sempre que íamos lá ele nos vendia os picolés mais baratos, dizia que gostava de crianças bonitas como nós.
Que saudade...
Eu o chamei e pedi um picolé de amendoim –sempre foi o preferido do Eduardo e meu também -, e ele lembrou-se mim.
-Ei, eu conheço você. Você e seus amigos, como faz anos que não os vejo.
Olhei para baixo e apenas lhe entreguei o dinheiro. Eu queria que o picolé me desse àquela sensação que eu sentia quando estava com meus amigos há 14 anos. Eu queria ter sete anos de novo.
E quando eu pensei em voltar pra casa, eu sinto uma mão macia a acariciar meu cabelo. Uma leve mão passada em meu rosto, e em seguida, um beijo em minha bochecha.
Era Cecília.
- Bê, o que faz aqui sozinho?
- Eu queria ficar um tempo sozinho, pensando na vida, sabe? Encontrar alguma razão para acordar de manhã e me olhar no espelho.
Ela me olhou com um olhar triste, como se estivesse em minha pele, sentindo o que eu estava sentindo. E depois, ela olhou pra mim e disse:
- Quer ir a minha casa? Meus pais viajaram, ficaremos sozinhos durante a noite toda, e se quiser, amanhã também podemos ficar.
Sem pensar duas vezes eu aceitei. Mas antes de sairmos da praça, um cachorro filho da puta urina em meu tênis. Eu havia acabado de comprar aquele tênis, eu queria estrangular aquele cachorro. Então o seu dono se aproximou e pediu desculpas pelo ato do seu cachorro.
Só porque eu iria transar naquela noite, eu aceitei as desculpas e fui para casa da Cecília.
Assim que chegamos em sua casa, já não queria mais perder tempo. Assim que trancou a porta da sala, ela já estava tirando sua camisa, e seu short. Me jogou no sofá, arrancou minha camiseta e minha bermuda, e começou a me beijar.
Tirei o seu sutiã, agarrei seus peitos com força, os mordi, e a ouvi gemendo baixo. Tirei sua calcinha e logo ela tirou minha cueca.
Não vou dar mais detalhes, você sabe bem o que aconteceu. E quando acabamos eu não podia acreditar que havia transado com a Cecília. Além de ser uma linda garota, e muito inteligente, ela tem uma bunda enorme.
Ainda eram 19h, e eu estava um pouco desconfortável para continuar na casa dela. Então usei a desculpa de que iria trabalhar cedo no dia seguinte e voltei para casa.
No caminho de casa, me lembrei de quando Amanda ia dormir em minha casa. Sempre que a gente transava, íamos para a cozinha e geralmente eu fazia um hambúrguer pra gente ou a gente ia a uma padaria perto da minha casa para comprar salgadinhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bê.
RomanceBernardo é um adolescente qualquer, enfrentando os dramas de sua vida com seus amigos Eduardo, Letícia e sua namorada Gabriele. Após alguns acontecimentos, Bernardo decide enviar cartas para um anônimo, contando sobre seus dias, sua vida em geral. ...