Capítulo 3 - Jennie

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Quanto mais eu tentava, menos conseguia avançar na música que eu estava compondo. Meu tempo estava acabando, a SW tinha me dado dois anos para finalizar o álbum, e eu só tinha alguns meses desse prazo agora.

— O que acha de sair um pouco do estúdio, arejar a cabeça, passear?

Guma, meu produtor, estava sentado na sua cadeira, enquanto eu estava no piano. Ele tirou o seu boné, passando a mão pelo cabelo preto, me dando aquele sorriso amigável, que sempre atingia seus olhos escuros.

— Não posso. Sabem que estou em Nova Iorque, vão me seguir.

— Já descobriram que está neste estúdio, também? — Guma perguntou.

— Ainda não, por isso eu não estou saindo, evitando que me sigam e descubram.

Ele deu uma risada. Guma se tornou um dos produtores mais respeitados do país, principalmente pelos nossos trabalhos juntos, a gente se dava muito bem, ele respeitava meu processo criativo.

— Odeio essa loucura...

Guma disse. Eu ia responder ele, mas ouvi uma batida na porta, então vi Emma aparecer.

— Posso entrar ou venho depois? — Ela perguntou.

— Entra. Nada está fluindo aqui!

Respondi a ela me virando no piano, ficando de frente para a entrada, vendo a Emma entrar e manter a porta aberta.

— Jennie, quero te apresentar a sua segurança pessoal.

Emma avisou, então ela entrou. Uma garota, não parecia em nada uma segurança pessoal. Estava de jeans escuro, camisa cinza e jaqueta preta, com um chapéu da mesma cor, quando ela o tirou, tive uma visão completa do seu rosto.

Ela era bem jovem, talvez a minha idade, era alta e esguia, como uma supermodelo. O rosto era bonito, composto por olhos arredondados e expressivos, nariz pequeno, e os lábios como os de boneca. Seus cabelos curtos, sobre o ombro, pretos, e combinavam com o estilo dela.

— Tem certeza que é uma segurança mesmo?

Não fiz a pergunta especificamente para ela, mas ainda sim, tive a resposta de imediato.

— Se quiser minhas credenciais oficiais para confirmar vai ver que sou uma das melhores. Eu sou a Elisabeth Swan, mas pode me chamar de Lisa, é um prazer!

Seu sotaque tinha um assento britânico, era interessante, apesar de ser bem disfarçado, isso queria dizer que ela já devia estar nos Estados Unidos há um bom tempo.

Eu a avaliei sem entusiasmo, pensando que o seu apelido combinava mais com ela do que seu nome, e constatando em seguida que eu não tinha qualquer prazer em ter ela no meu encalço.

— Emma já passou tudo para ela e fez assinar o termo de confidencialidade?

Eu perguntei a minha assessora. Mas me mantive encarando ela, com a minha melhor expressão de indiferença, mas a tal Lisa apenas suportou meu escrutínio.

— Sim, não se preocupe. Ela veio muito bem recomendada.

— Ótimo. Agora podem sair, quero trabalhar!

Voltei à posição inicial do piano, dando as costas para elas. Ouvi Guma se apresentar rapidamente e a voz da minha segurança, mas ignorei.

Eu estava muito chateada em ter que me sentir vigiada até nos bastidores da minha vida.

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