1 - Não é um caminho fácil

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O carrinho da fanfic voltou... Tragam as vasilhas, os lenços, as unhas para roer...😅😅😅
Hoje começa mais uma saga Malec... Serão pouco mais de 10 capítulos e pretendo postar um por dia. Não dois, um!
É uma fic legalzinha e espero que gostem...
Então, vamos ao primeiro capítulo...
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Fazia muitos anos que eu não me encontrava com a família que aprendi a amar, então, quando surgiu a viagem para aqueles lados, eu tinha de aproveitar a chance, e passar uns dias na Costa Rica, rever parentes, rir com os primos e lembrar das nossas travessuras. Meus pais aditivos não estão mais entre os vivos, mas gostariam de ver a festa que fizemos nesses dias.

Foi delicioso, fora a parte de ter de explicar às tias o motivo de ainda não estar casado e com filhos. Todos os primos e primas já têm, pelo menos, três.

Nem todos tem esse plano de vida. Eu, por exemplo, trabalho muito, sou sócio em uma companhia de software e estamos crescendo muito nos últimos dois anos. Tanto que estou indo à Colômbia fazer uma apresentação do nosso material e, se tudo der certo, ganharemos muito, mais muito dinheiro, mesmo.

É o que eu quero! Ganhar muito dinheiro, ter uma mansão com piscina, na qual eu possa tomar uma taça de champanhe, num fim de tarde de domingo, fazendo planos para o passeio de iate que farei no próximo fim de semana.

Sim, diversão aos fins de semana e muito trabalho durante os outros seis dias, para manter o padrão de vida que eu almejo.

Eu sou um homem caro e de bom gosto. Ternos Armani, sapatos de couro italiano, echarpes francesas... eu custo tanto para mim, que preciso que meus planos dêem muito certo logo, senão não conseguirei me manter. Não nesse nível...

Não acho que as tias entenderam muito bem meu modo de pensar, quando elas e seus filhos têm como sonho de consumo um sofá cama novo e uma tv de 53 polegadas, para assistirem aos jogos juntos, enquanto a criançada faz bagunça no outro cômodo. Bah! Não consigo me ver no meio disso... Definitivamente, esse não é o meu mundo!

Eu já pensava assim desde sempre, quando comecei a dar conta de mim como gente e percebi que não me identificava tanto com meus pais adotivos.

Nunca fui um homem de gostos simples, nem para pessoas eu fui assim... Enquanto meus amigos se apaixonavam por garotas, eu olhava as pernas musculosas dos garotos e, enquanto minhas primas desmaiavam pelos garotos do time de lacrosse, eu estava de olho nas cheerleaders do time de futebol americano.

Isso foi bem confuso na minha cabeça durante um bom tempo, me fazendo até um pouco recluso, quando o assunto era relacionamentos, porque não sabia do que realmente gostava.

Foi preciso muita pesquisa na internet e nenhuma visita ao psicólogo, porque eu não teria coragem de contar aos meus pais as minhas dúvidas e não tinha como ir a um, por minha conta. Não com 16 anos!

Foi pelo Google que achei pesquisas e blogs que me mostraram que eu podia gostar dos dois e não ser guloso ou confuso. Mesmo assim, não foi nada fácil me assumir, até deixar a Costa Rica, para fazer faculdade nos EUA. Hoje, esse sou só eu, um cara de bom gosto caro e bissexual, que nunca pensou em casar e ter filhos, porém, adora happy hours regados a Martinis e boa fofoca.

Mas, voltando ao assunto que me trouxe aqui, a esse aeroporto estranho, e a tensão de pegar um bimotor para ir até a Colômbia...

Se eu não tivesse resolvido parar na Costa Rica, para rever todo mundo e dar satisfações da minha vida, eu já poderia estar no meu destino, em um avião de carreira, em uma viagem normal... Mas, novamente, esse sou eu, o cara que faz escolhas duvidosas e termina se ferrando no final.

_ A senhora tem certeza que não tem nenhum voo de carreira para lá, hoje? _ pergunto pela terceira vez e a mulher sorri, com toda a paciência de quem precisa do salário no fim do mês e não pode mandar clientes se foderem por serem idiotas.

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