13 - Tão dependente...

212 27 22
                                    

Chegamos ao penúltimo capítulo da nossa fic. E foi tão rápido...
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Há dois anos eu estava em um helicóptero com destino a Colômbia, a pequena aeronave caiu e, se não fosse Alexander, eu teria morrido. Sozinho, na selva do Panamá, eu não teria chances, mas, ele cuidou de mim durante todo o tempo em que estivemos lá…

Foi no meio desse inferno que nos conhecemos, nos conectamos, nos beijamos pela primeira vez, fizemos sexo, nos apaixonamos… Ninguém acredita nessa última parte, quando contamos. Acham que a paixão veio só depois, que foi apenas uma louca atração física provocada pela carência e superatenção. Mas, nós sabemos que foi além disso, porque, mesmo depois que saímos do local do nosso trágico acidente, não conseguimos nos afastar. Eu quis cuidar dele, quando soube de sua pneumonia, assim como ele cuidou de mim… 

Eu sentia falta do seu carinho, calor, atenção e tudo o que vinha junto. E, quando tivemos de nos afastar, efetivamente, foi como arrancar um pedaço de mim, com um rasgão gigante e muito dolorido. Uma dor física doeria menos…

Demos o nosso melhor para tentar aguentar a ausência. Foram os dois meses mais longos da minha vida. 

Foi Ragnor quem me salvou do fundo do poço da saudade, porque foi dele a ideia de procurar no Texas um investidor para o nosso negócio. 

Eu estava tão focado em tentar fazer dar certo à distância, que não abri a minha mente que poderia unir o útil ao agradável e trabalhar perto dele. 

Era eu quem tinha de ir, porque era a vez de Alec seguir seu sonho. Eu posso levar o meu para qualquer lugar, desde que encontre o investidor certo, mas ele… Ele já havia aberto mão de si uma vez e não era justo que fizesse novamente. 

E, vê-lo trabalhando com cavalos, touros, rebanhos de ovelhas, com tanta desenvoltura e satisfação, só me faz entender que esse é um sonho realizado. 

Alexander começou com um consultório alugado, na cidade, morando em um loft no segundo andar. 

Quando Will finalmente pagou a compra da sua parte na sociedade da agência de turismo de aventura, e pagou também o investimento inicial feito por Alec, ele pode colocar em prática o que planejou, comprando uma fazenda. 

Não era uma fazenda tão grande como a do pai, que mantém criações de cavalos e gado, mas, boa o suficiente para montar uma clínica-escola, formando convênio com universidades e mantendo acadêmicos de veterinária como estagiários, o que reduz os gastos e ajuda na formação de bons profissionais.

Alec também passou a morar na fazenda, em uma casa confortável e avarandada. E eu moro lá com ele. 

Isso mesmo, nós moramos juntos, na nossa casa, quando estou em Dallas, o que é a maior parte do tempo…tipo, três a cada quatro semanas. Durante este tempo trabalhando em home office, em contato direto com Ragnor, e nós fazemos dar certo.

Uma semana por mês viajo para  Austin, para reuniões e outros acertos com nossos sócios. 

Nunca me imaginei morando em uma fazenda, acordando ao som dos pássaros e passeando de cavalo com meu namorado, nos fins de semana, mas descobri que adoro tudo isso. Eu posso ter minhas botas ultracaras de marcas famosas e chapéus de cowboy tecidos no Himalaia. Descobri que posso unir o útil ao agradável e ainda ser quem eu sou, lindo, vaidoso e apaixonado.

Alec é o responsável por isso, com seu jeito simples, seu prazer em fazer as coisas pequenas ou grandes, seu jeito de fazer tudo parecer fácil, mesmo quando não é. Ele me ama e me aceita como eu sou, e eu o amo e o aceito como é… na maior parte do tempo.

Morar em Dallas é maravilhoso. As pessoas amam Alexander e estão sempre querendo que trate de seus animais. Mesmo que sua especialidade seja os de grande porte, ele nunca nega atendimento aos pequenos e até hoje prende os pelos da cadelinha da senhora Walton com elásticos, quando ela fica "cega". 

Sobreviventes Onde histórias criam vida. Descubra agora