15 - Papais Lightwood

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Olha o carro do bônus passando na su porta!!!
Esse bônus é um pouco diferente. Eu trouxe, em narrativa, a impressão dos pais de Alec sobre tudo o que aconteceu. Robert fala até antes do casamento Malec e Maryse um pouco do depois também...
Espero que gostem... 😊
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Eu nunca simpatizei de verdade com aquele Will. Pode até parecer média, agora que meu filho está muito bem com Magnus, mas esse garoto é muito melhor do que o outro, para o meu Alec. Eu vejo isso, diariamente!

Meu filho sempre foi diferente dos colegas, quando era criança. Sua sensibilidade, seu modo de ver as coisas. Alec era bom e gostava de ajudar, cuidar de todos. Ele sentia prazer em cuidar dos animais comigo, e tinha o dom da paciência, para amansar qualquer Appaloosa que aparecesse na fazenda. 

Eu nunca tive dúvidas que seguiria a minha profissão, por amor, e, quando ele disse que faria faculdade de medicina veterinária, eu não me surpreendi. Surpresa foi depois, quando ele disse que seus planos haviam mudado e seguiria com Will em uma agência de turismo de aventura… em Toronto, cidade natal do outro.

Eu sabia que meu filho era gay desde muito jovem. Claro que eu sabia… O pai que convive com o filho e diz que nunca percebeu, é porque não conversa com ele, não sabe do que ele gosta, não observa, não percebe como ele se sente diante do mundo. Eu conheço meu filho profundamente… e quando ele falou sobre suas dúvidas, aos 14 anos, eu o acalmei e orientei. Eu não tinha de 'aceitar' meu filho. Eu o aceitei quando soube que ele estava se formando dentro da sua mãe. Eu o amo!

Não havia nada errado com ele, como não há até hoje. Eu tenho um filho lindo, perfeito, com um coração grande e amoroso. Alexander é meu maior orgulho, e que Isabelle não me ouça!!! 

Foi por conhecer tão bem meu filho, que eu soube que ele não estava seguindo seu desejo, quando decidiu seguir Will em sua empreitada pós-faculdade. Ele estava se omitindo, fazendo isso pelo relacionamento dos dois, por Will, e não por ele.

Mas, ele já era um homem adulto e eu não podia me intrometer em sua vida, sem ser convidado, então eu apenas segui a minha, pronto para apoiá-lo, quando, e se, precisasse. 

Demorou… eu até acreditei que estava errado, quanto ao plano de vida e quanto ao namorado. Me senti aliviado… mesmo não gostando da ideia do meu filho andando em meio a lugares inóspitos com turistas, correndo perigo, se expondo a intempéries. Ele dizia gostar… 

Então veio o primeiro acidente, com um bimotor… Alec passou cinco dias com o piloto, com zero experiência em selva, em um pântano, e foi resgatado apenas com ferimentos leves.  

Nas poucas vezes que Alec esteve conosco, em sete anos com Will, ele parecia bem, mas dizia sentir falta da fazenda e do manejo com animais. 

Então, um dia ele apareceu com a roupa do corpo e uma tristeza dolorida nos olhos. Eu tinha razão!!

Will era um homem bonito, atraente, charmoso e envolvente. Maryse gostava dele, mas eu… eu sempre soube que ele não era para o meu filho. Sempre soube que ele machucaria o meu menino, porque ele era egoísta e eu conhecia um homem assim, quando via um. Ele sempre tinha de estar em evidência, em primeiro lugar, seus desejos e pensamentos eram o que valia e, se aproveitava do senso de proteção e cuidado de Alec. 

Eu disse a Maryse, na primeira vez que vieram juntos à fazenda, quando namoravam, na faculdade. Eu disse "Esse rapaz domina Alec pelo seu senso de proteção. Ele vai tomar tudo do nosso filho e vai jogá-lo fora quando achar alguém mais interessante". Mas, ela não me ouviu… e eu não podia dizer a Alec. 

Meu filho ficou mudo um dia inteiro, o rosto vermelho, os maxilares contraídos. Não houve uma lágrima, mas parecia que ele ia explodir a qualquer momento. 

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