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Em passos mais que presunçosos nas ruas de Busan, Jimin voltava do seu mais novo e cansativo emprego de meio período no restaurante nem tão bem falado assim da Coreia.

Cansado, exausto e com sono bateu a porta atrás de si e deitou-se no sofá duro da sua kitnet pequena no qual tem orgulho de chamar de casa, a mochila que anteriormente permanecia em suas costas fôra jogada para o canto e por uns minutos ali olhou o teto, pensando em basicamente como dizer para o patrão que quer uma folga de sete dias, na maior cara de pau.

Mas isso ele deixaria para o dia seguinte, deu um jeito de deixar a preguiça um pouco de lado e ir tomar um banho, vestiu-se com um short leve que usa para dormir e uma blusa batendo sobre os joelhos, box? quem precisa usar quando se estar na própria casa?

Entrou para de baixo dos cobertores quentinhos e se deixou pegar no sono. Uma rotina no qual começou a amar após começar a morar só. — os pais do pequeno park o expulsaram de casa, isso por serem preconceituosos e homofóbicos e, Jimin por outro lado sabia que um dia teria que passar por essa humilhação. E então desde que se entende por gente vive sozinho, aprendeu tudo sozinho e não depende de ninguém para sobreviver — ta, que viver no aluguel não é a melhor coisa, até então agora é isso que da para ter, e tambem lanchar só miojo e bolacha não é uma das melhores refeições, contudo é isso que esta o mantendo vivo. Até hoje.

O loiro tem dois irmãos mais velhos, Park Jioun e Park Joonie que nunca fizeram questão de trata-lo bem, por isso jimin não possui boas lembranças de ambas pessoas. E, Bom. especificamente de ninguém da sua família, Já passou por altos perrengues até conseguir se sustentar.

Passou por abusos frequentes do seu tio aos doze anos, e sua família nunca e até hoje souberam, se contasse não acreditariam, por isso se manteve calado igual aos sentimentos que perto deles tinham que está reprimidos.

Chega a se martiriza de culpa as vezes por ter se permitido sentir aquelas mãos passarem em seu corpo em quanto fingia dormi, com o ar preso no pulmão sem poder soltar, não poder gritar, tendo sua privacidade invadida da pior forma possível, o medo o atingindo sempre que o via, sempre que entrava em seu quarto com doces, ou algo para próprio comprar sua confiança e deixa-lo fazer o que quiser.

Horrível, nojento e repugnante!

Não pôde pedir ajuda, ou até gritar por socorro, deixava lágrimas descerem sobre o rosto vermelho, e mentir para quem quer quê fosse que perguntassem sobre qual era o motivo de estar tão quietinho no canto, totalmente isolado. Medo e desconforto esse era o motivo.

E agora com seus dezoito anos sabe ser forte e se cuidar, sem família por perto, nada para poder lhe impedir de ter uma vida saudável e feliz do seu jeitinho, o que tanto sonhava em ter.

Em meio a madruga acorda desnorteado após ter a impressão de ouvir gritos vindo de fora e que davam para serem ouvidos nitidamente. Não entendeu absolutamente nada, ainda deitado tentando raciocinar o que acontecia pelo sono recente. Pegou o celular ao lado na escrivania, e viu que ainda eram três horas, nem o sol havia aparecido ainda, mas os sons ainda eram ouvidos, mesmo que fossem diminuindo aos poucos.

A curiosidade tomou-o de conta como todas as vezes em momentos indevidos. Levantou-se após esperar que os gritos dessem um fim e se aproximou da janela do quarto que estava trancada, portanto ainda sim tinha o vidro.

Olhou para a rua vazia e o único beco a frente, cerrou os olhos para ver melhor o que acontecia, viu uma movimentação estranha e quis saber o que era, parecia que os sons saia dali. Seria loucura se dissesse que queria ir lá vê o que é. E, bem. Saiu sem presa do quarto, sentiu o ar gélido, mas mesmo assim pois apenas as pantufas, destrancou a porta, atravessou a rua, o qual dividia os lados das casas. E se aproximou.

Pertenço a um vampiro - jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora