eleven

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Os dias seguintes após aquele almoço não foram os meus melhores, houve brigas relacionadas à mim todas as noites. Meu pai me bateu pela primeira vez. Foi tenso, com direito a um tapa no rosto.

Saiki, pai do meu amado namorado suspendeu nosso relacionamento por alguns dias. Disse que eu preciso de uma lição, até parece que me deixar longe do kei é algo ruim. Mas no jantar que haverá no próximo sábado já terei que estar com ele novamente. Nada que é bom dura muito.

Não encontrei Rintarou Suna desde então, não houve nada além do que troca de olhares no corredor da faculdade. Acho que ele recebeu uma bronca e tenho quase certeza que meu pai enviou uma carta para a mãe dele noite passada. Eu o vi pedindo para seu motorista deixar algo no residencial Suna. É óbvio que tem relação com aquele almoço ridículo.

Eu recebi uma mensagem dele essa manhã, e é tão surpreendente e assustador o fato de que só está escrito "Insano". Não faço ideia do que diabos ele quis dizer com isso, e olha que já tentei ligar todos os pontos. Bom, desde ontem tenho que frequentar aulas de rejeição, sim, é bizarro. Minha mãe, depois de muito tempo decidiu dar a opinião dela, mas como o previsto, ela está completamente moldada por esses homens. Então é óbvio que a mulher ordenou que eu aprendesse a como preservar meu casamento dando fora em homens de forma gentil até demais.

- Peço licença, com todo o respeito, mas eu não gostei do seu tom e do seu elogio direcionado a mim. Retire-os pois sou comprometida e isso desestabiliza minha honra. - repeti o discurso pronto que o professor dessa merda me ensinou faz poucos minutos. Como pode algo ser tão vergonhoso e ridículo? - Desculpa, quem diabos dá o fora em alguém desse jeito? - questionei me sentindo uma idiota por ter decorado esse pedaço de lixo.

- Pessoas chiques, minha pequena. - o elegante homem deu um sorriso de orelha a orelha como se estivesse me treinando para falar com alguém da realeza. Isso é irritante. - Precisa pôr em prática o que treinamos assim que aquele rapaz desprovido de beleza vir até seu encontro novamente. Não desperdice a chance, fale tudo. - aconselhou fazendo menção a suna e acho que desprovido de beleza é um termo muito mal colocado.

Os dias passaram com muitos treinos de falas e etiqueta. Minha mãe está receosa de que eu não esteja preparada o suficiente para um jantar nesse nível. Até parece que nunca fui em eventos mais importantes. Na real, eles estão morrendo de medo de que aconteça outro diálogo com suna, não querem perder a família Tsukishima da mira. Idiotas.

- Seu vestido está pronto, vista-o assim que o sino tocar. - Uma das mulheres que trabalham na casa veio até meu quarto, achei estranho esse negócio de sino.

E assim aconteceu, o barulho foi emitido após uns vinte minutos. Foi um som bastante estranho, nunca o ouvi antes. Peguei meu vestido, que é a única coisa bonita que apareceu no meu dia e o vesti como se estivesse atrasada. É tão lindo, é bem longo e vermelho. E pra completar esses detalhes pretos na barra é simplesmente incrível. Parece que finalmente acertaram em algo que eu vou me sentir bem vestindo. Essa tonalidade de vermelho é minha preferida, tão escuro mas ao mesmo tempo tão vivo.

- Dessa vez, apenas desta vez, iremos no mesmo carro. - Meu pai anunciou assim que nos encontramos no salão principal. Ele nunca anda no mesmo carro que eu, é um besta. - Espero total comprometimento da parte das duas, essa é uma noite muito especial. - ele alternou o olhar entre eu e minha mãe, no final focando apenas em mim. - Não me decepcione ou eu juro que sofrerá as consequências. Se comporte tal como uma Halpert. Ultimamente anda querendo se meter em encrenca, mas não pode fazer isso hoje, se fizer eu destruo tudo que ainda existir de bom em sua vida. Passe a noite o beijando, se esfregue nele ou seja lá o que precisar fazer para que pareçam o casal mais apaixonado do mundo. Se você acha que é infeliz agora, [Nome], é porque ainda não viu o que posso fazer se brincar mais uma vez com a minha cara. - Seu olhar mais cruel e sombrio do que todas as outras vezes focaram em mim como se já estivesse prevendo o meu fracasso. Ele sorriu ao perceber que estou em suas mãos, feito um cachorro que acabou de nascer e se perdeu da mãe.

Não respondi nada. Precisava dizer alguma coisa? No fim é isso que tenho que fazer, seguir suas ordens sem me importar com mais nada. Essa é minha única chance de sobrevivência.

- Isso é pelo seu bem. Não pense que somos os piores pais do mundo. - minha mãe soltou no meio do caminho até o local do jantar, o carro fede a vadia farsante. Eu a odeio tanto.

Não foi surpresa ver o local completamente lotado e cheio de seguranças nas entradas. É ainda mais bonito de perto, o Finess Hall é o estabelecimento mais sofisticado da cidade, achei que nunca andaria aqui.

Prendi a respiração quando descemos do carro e entramos juntinhos para dentro do lugar, até parecíamos uma família de verdade. Nossa mesa estava perto de uma bancada de bebidas e muitas famílias que nos odeiam estão por perto. Que maravilha, nunca vou deixar de achar engraçado que exista tanta gente que odeie essa família. Nenhuma mais que eu, claro.

- Amor. - Kei já estava sentado perfeitamente, seus olhos brilham e esse terno cinza lhe cai tão bem que parece até gente. - Está mais linda do que nunca. - se levantou educadamente e me abraçou delicadamente, permaneci com os olhos fechados pois não quero olhar ao redor enquanto abraço a pessoa que mais odeio no mundo. Sinto que estou cometendo um crime.

- Você está lindo. - o elogiei me afastando com um sorriso enorme. - Vou me sentar porque estou um pouco assustada com todas essas pessoas. - admiti sorrindo para que, ao verem de outro ângulo, pareça que estou falando algo legal para meu amado namorado.

Essa noite vai ser uma loucura, ainda não avistei quem mais queria ver nesse lugar e a comida é pior do que a que minha mãe faz quando dá a louca da cozinheira.

Para piorar, ainda tenho que passar o resto dessa festa de grude com o nojento do meu namorado.

𝐌𝐎𝐑𝐄 𝐓𝐇𝐀𝐍 𝐓𝐇𝐈𝐒, suna rintarouOnde histórias criam vida. Descubra agora