Treze

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Soyeon passou a tarde na minha casa. Enquanto estava deitado no sofá a garota preparava algo para comermos. Estar com a Soyeon era muito estranho, mas era muito bom tê-la por perto novamente, era sempre eu que cuidava dela e agora parece que ela que está cuidando de mim.

— Fiz sopa de legumes, não sou boa cozinhando mas pelo menos é algo saudável. Você precisa se alimentar melhor — Soyeon falou vindo em minha direção com uma bandeja e deixando sobre a mesa de centro.

— Obrigado — Respondi gentilmente me levantando e me sentando próximo a mesa.

— Você emagreceu bastante, precisava se cuidar mais — Passou a mão em meus fios.

— Você está se preocupando muito, está parecendo a Chaewon — falei dando uma colherada na sopa.

— A sopa está boa? — Me encarou.

A sopa estava puro sal mas para não deixar ela chateada disfarcei apenas balançando a cabeça positivamente.

— Está horrível né? Droga! — Ela resmungou.

— Acho que você só exagerou no sal, mas está boa — A olhei querendo rir.

— Não coma, vai fazer mal — Falou indo pegar a bandeja.

Imediatamente segurei sua mão a impedindo de pegar a bandeja. Encarando seu rosto abri um sorriso fraco e por alguns instantes a admirei.

— Mas Younghoon... — Retrucou me olhando sem entender.

— Graças a você, estou me sentindo um pouco melhor, muito obrigado — Falei interrompendo ela.

— Younghoon... — Seu rosto de repente ficou avermelhado.

Encarando os olhos castanhos da garota senti uma leve nostalgia. Antes que eu pudesse dizer algo ouvi o interfone tocar, soltei a mão da garota e fui atender. Era a Chaewon. Deixei que ela subisse e logo a esperamos na sala, não demorou muito e já estava abrindo a porta para que ela entrasse.

— Você não atende o celular nunca né? — Chaewon entrava falando sem notar que Soyeon estava ali.

— Me desculpe, eu acabei não vendo — Fechei a porta.

— Acho que é mais fácil mandar um pombo correio pra você — falou indo em direção a sala se encontrando com a Soyeon.

— Oi, Chaewon — Soyeon falou um pouco sem graça a olhando.

— Soyeon? Não sabia que estava aqui — Chaewon deixou sua bolsa no sofá.

— É, eu vim... — A garota me encarou sem saber o que dizer.

— Ela veio me ajudar a encontrar algumas vagas de emprego pela internet — Falei indo para o lado da Soyeon.

— Sei. Poderia ter me pedido ajuda, e por que quer um emprego agora? Meus pais estão te ajudando, pode terminar a escola antes de arranjar um emprego — Chaewon falava meio constrangida.

— Eu já dei muito trabalho para eles, preciso ser independente — Me sentei no sofá.

Chaewon encarou a mesa de centro que estava a vasilha com sopa e depois encarou a Soyeon.

— Fez sopa para o Younghoon? — Perguntou.

— Bom, eu vou indo. Vocês precisam conversar, até mais — Soyeon se despediu pegando suas coisas.

Levei ela até a porta e me despedi. Quando voltei para a sala vi Chaewon de braços cruzados encarando um porta retrato que estava na estante.

— Ela já foi — Falei me sentando no sofá.

— Sabe, eu fiquei feliz por você e pela Soyeon mas não esperava que vocês voltariam a ser tão íntimos assim, tão de pressa — Chaewon falava sem me olhar.

— Está com ciúmes? — Brinquei.

— Lógico que não! — Se virou me encarando.

— Você praticamente intimidou ela aqui — Falei em um tom risonho.

— Você não atendeu minhas ligações e quando eu chego aqui a sua ex melhor amiga esta aqui com você, tomando sopa — Seu tom de voz era mais forte e falava mais rápido.

Toda vez que Chaewon estava nervosa com algo ela falava mais rápido, seus olhos ficavam perdidos e suas bochechas vermelhas, ela estava exatamente assim naquele momento. Me levantei do sofá indo até a garota e dando um abraço nela.

— Preciso te contar uma coisa...

Ficamos ali por algumaa horas, contei tudo o que havia descoberto e mostrei a carta para Chaewon. Assim como eu, Chaewon se desabou em lágrimas, mas me deu total apoio também.

— Ainda não acredito que foi isso que realmente aconteceu — Suspirou.

Depois de uma hora, Chaewon foi embora para casa e eu fui lavar a louça que havia ficado. Enquanto estava concentrado lavando, comecei a pensar na Soyeon e no quanto ela me fazia bem, a forma que seus olhos brilham ao olhar para mim me deixa um pouco perdido. Mas isso não significa nada, talvez eu esteja só impressionado por sentir falta dela.

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