Indiferença

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Eu cumpria, bastante compenetrada, uma missão de combate ao lado do meu clã e mais uma vez tive sucesso, sorri animada, enquanto entrava no chat do jogo para receber as honras dos jogadores.

- Lynn?! - A voz do Castiel me desconectou do meu mundo de fantasias e me encontrei bastante surpresa, ao notar que o mesmo estava em pé ao meu lado.

- An? Oi? O que você faz aqui? - Indaguei confusa, sem entender como e quando ele tinha entrado no meu quarto.

- Desculpa, eu bati na porta e você não respondeu, então fiquei preocupado e entrei.

- Eu estou bem, obrigada por se preocupar... - Respondi atordoada.

Eu estava um pouco assustada e bem confusa, por ter o garoto no meu quarto e queria falar alguma coisa, além daquela resposta curta, mas eu congelei, eu não estava acostumada a lidar com as pessoas e não sabia bem como reagir com elas.

- Bom, vou indo então... - Ele deu as costas e foi em direção da porta.

- Okay, até amanhã... - Respondi inibida, ainda atordoada com a presença inesperada dele e me recriminando mentalmente por não conseguir dizer mais nada.

No dia seguinte, fui para a aula bastante tensa, pois sabia que teria que encarar vários olhares curiosos e julgadores, por causa da crise que eu tinha tido no pátio. Eu me desliguei completamente durante as primeiras aulas, sem conseguir entender uma única palavra do que os professores disseram e, antes que a Rosalya me falasse qualquer coisa sobre eu passar o intervalo com ela, saí assim que o sinal tocou e fui correndo me esconder no porão

- Hey, olha só quem chegou! - Castiel exclamou sorridente, assim que me viu descer as escadas, ele estava encostado em um canto da parede, fumando um cigarro.

Sem respondê-lo, por estar bastante envergonhada, eu sentei no último degrau, coloquei meus fones de ouvido e comecei a ouvir música no celular. Após terminar de fumar, o ruivo sentou ao meu lado e falou alguma coisa, mas o som alto me impediu de ouví-lo, ao notar que ele continuava falando, eu tirei um dos fones.

- Desculpa, você falou alguma coisa? O som não me deixou ouvir. - Questionei inibida, sem encará-lo.

- Eu perguntei o que você está ouvindo... 

- Ramones. - Respondi ainda sem encará-lo.

- Posso ouvir com você? 

- Compartilhar fones de ouvidos não é um ato higiênico, eles podem abrigar milhares de fungos e bactérias, que passam de uma pessoa para outra. - Respondi séria e ele riu.

- É só você tirar do fone e colocar na caixa de som do celular... - Ele sugeriu despreocupado, respondi um "okay" indiferente e fiz o que ele pediu. - Lynn, a música que você cantou ontem na sua casa, também é um clássico Inglês? - Castiel perguntou pensativo.

- Não, é só uma bobagem que eu escrevi. 

- Achei a melodia bem bonita e, o que eu consegui entender da letra, é bem intenso... - Castiel comentou com um sorriso leve. - Você quer conversar sobre o que aconteceu ontem? - Ele perguntou receoso e eu respondi com um "não" seco.

Passamos o restante do intervalo ouvindo música, ambos completamente calados, e voltamos para a sala de aula juntos, o que gerou olhares e comentários de algumas pessoas. Nos dias que se seguiram, eu continuei "fugindo" para o porão nos intervalos e o Castiel continuou me acompanhando, em todos os dias fizemos exatamente a mesma coisa, ouvimos música no meu celular e em total silêncio, mas, diferentemente da semana anterior, senti que estávamos passando aquele momento juntos, não apenas dividindo o mesmo espaço. Lysandre explicou para a direção que eu não estava em uma boa semana e na quinta-feira eu não precisei participar da segunda reunião do clube de musica, assim como não fui penalizada por ter faltado na aula extra de espanhol. Em um piscar de olhos, já era sexta-feira novamente e eu estava ansiosa para poder passar mais dois dias inteiros longe da escola, assim que o sinal da última aula tocou, eu peguei o meu material e ia saindo apressada, mas a namorada do meu tio mais velho me impediu.

Eccentric - Amor Doce - CastielOnde histórias criam vida. Descubra agora