P.O.V. Castiel
Eu olhava a Lynn, tão frágil e abatida na cama do hospital, e não conseguia parar de me amaldiçoar e de me culpar mentalmente, meu maldito vício era o responsável por colocá-la naquele estado.
- Se algo pior acontecer com ela, jamais vou me perdoar! Como você pôde ter sido tão idiota, Castiel? Pra que foi querer fumar aquela hora? Não dava para esperar o show terminar? Você não pensa? Você quem deveria estar aí, não ela!- Eu me questionava em pensamentos, enquanto acariciava a cabeça da Lynn e vigiava para ela não arrancar a cânula de oxigênio.
Meus debate interno foi interrompido pelo Leigh e pelo Lysandre, que entraram afoitos na ala de observação.
- O que você está fazendo aqui, Castiel? Pensei que eu tivesse te pedido para ir embora. - Leigh questionou irritado e completou massageando as têmporas, em busca de calma.
- Você não pediu, você mandou, mas você não é dono do hospital e muito menos manda em mim!
- De fato, não tenho poder sobre o hospital e nem sobre suas vontades, mas sou responsável pela Lynn e posso escolher quem fica ao lado dela.
- Então tente os seguranças, pois, por vontade própria, eu não saio daqui enquanto eu não tiver certeza de que a Lynn está bem!
- Acalmem-se os dois, não vão começar outra vez... O importante agora é a Lynn! - Lysandre interviu calmo, o irmão suspirou pesado e assentiu com a cabeça. - Como você fez para entrar aqui, Cass? Só nos liberaram agora...
- Meu tio é o médico plantonista que atendeu a Lynn, como vocês acham que eu consegui passar ela direto para o pronto atendimento, sem precisarmos fazer ficha? - Forcei um sorriso convencido.
- Estávamos conversando agora com ele, realmente foi uma reação alérgica forte, ocasionada pelo cigarro, pelo raio-x que fizeram das vias respiratórias, parece que as mesmas estão um pouco fragilizadas e isso contribuiu, fizeram outros exames e estamos aguardando os resultados. - Lysandre explicou sem ânimo.
- Foi uma péssima ideia fumar dentro do quarto dela! - Leigh alfinetou seco.
- Eu sei que foi, mas isso não te dá o direito de me acusar, como acusou! - Rebati irritado, ao lembrar das duras palavras dele, após os médicos levarem a Lynn às pressas para a enfermaria.
- Desculpa, eu realmente não tinha o direito de te acusar de tentar matá-la, muito menos de exigir que você se afaste dela, eu não estou conseguindo raciocinar bem, não foi fácil ver a Lynn sendo levada por uma maca, sem saber se ela voltaria viva, um ano e pouco depois de eu ter perdido o meu sobrinho, sei que não justifica a forma que eu falei com você, mas tente relevar, a Lynn com certeza foi a mais ferida e prejudicada dessa história toda, mas não foi a única! - Leigh argumentou em um misto de tristeza e vergonha.
- Tudo bem, o que me interessa agora é que a Lynn fique bem. - Respondi forçando um tom seco. - Meu tio deve ter falado para vocês que ela passará a noite aqui na observação, ela está tão sedada assim por causa dos remédios que deram para cortar a alergia e para tirar o excesso de muco acumulado nos pulmões, ela ficará no oxigênio até a saturação se normalizar, mas o quadro geral dela é bom, se amanhã cedo ela estiver respirando melhor, terá alta. Ele perguntou se ela forçou muito os pulmões nos últimos dias e eu expliquei que ela ensaiou bastante para o musical e ele acha que isso contribuiu para deixar o aparelho respiratório dela tão fragilizado. - Expliquei com paciência.
- Obrigado por nos dar mais detalhes, ele nos explicou usando termos mais técnicos, com sua explicação fico mais tranquilo. - Lysandre agradeceu aliviado. - Ele nos perguntou se a Lynn tem asma, mas não soubemos responder, só depois dela ir morar com os meus pais que começamos a nos preocupar com a parte médica e descobrimos que meu irmão e minha cunhada eram relapsos também nessa questão, a Lynn nunca foi acompanhada por um pediatra, nem mesmo na primeira infância, e como ela sempre teve muita resistência a dores e desconfortos, nunca observamos possíveis problemas de saúde, quando ela nos visitava.
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Eccentric - Amor Doce - Castiel
FanfictionO mundo pode ser um lugar assustador, para quem nasce fora da "curva de normalidade", imposta pela sociedade, e a mente pode ser uma prisão, para aqueles que pensam diferente da maioria das pessoas, mas o amor, principalmente o próprio, pode mudar u...