Kimberly acorda se sentindo sozinha em sua nova casa. A casa nem é tão grande assim, porém o fato dela estar sozinha a faz se sentir que está na enorme casa dos pais novamente.
Ela não demora muito para se arrumar, não poderia perder tempo, principalmente hoje, ela necessitava pegar todo o dinheiro que estava em sua conta no banco e mandar uma carta para Kevin, ele merecia pelo menos um pedido de desculpas da parte dela.
Não demora muito tempo para que a menina chegue ao Beco Diagonal, já que aparatar torna as viagens muito mais fáceis e rápidas.
Sua capa está cobrindo sua cabeça e parte de seu rosto, ela não pode arriscar ser vista, principalmente do jeito que está esse lugar. Certamente não parece o mesmo local onde ela comprou seus primeiros uniformes e materiais escolar. Agora, está tudo vazio e abandonado, como se toda a vida e alegria tenha abandonado o lugar, sem contar as inúmeras pessoas misteriosas e duvidosas que se encontram aqui. Só de pensar nelas, a menina apressa os passos e faz um movimento para que a capa a cubra ainda mais, como se pudesse magicamente desaparecer dentro desse amontoado de pano preto.
A morena apressa seus passos e rapidamente chega ao banco. Surpreendentemente, ela consegue pegar todo o dinheiro de sua conta e coloca em sua bolsa mágica, Kimberly sai do banco às pressas, mas assim que está passando por uma das ruas do Beco Diagonal percebe um animal de um tanto suspeito.
Ela sabe muito bem de quem se trata, a pelagem cinza escura e os olhos castanhos marcantes não enganam Kimberly. A coruja que sua mãe se transforma voa para alguns metros à frente, ficando em um lugar totalmente isolado e vazio. Quando a Greengrass encontra sua mãe, a mesma já está terminando de amarrar uma capa pelo seu corpo.
Quando a mais nova menos percebe, Doroty Greengrass vai a passos largos e rápidos em sua direção, lhe envolvendo em um abraço apertado e demorado. Kimberly estranha e demora alguns segundos para retribuir o abraço de sua mãe, por não estar nem um pouco acostumada com tal ato.
Doroty se afasta depois de um tempo e limpa sua garganta, ajeitando sua postura. — me desculpe por isso... eu pensei... eu pensei... — Kimberly se assusta quando a voz da sua mãe embarga e lágrimas saem do seu rosto.
A menina segura as mãos de sua mãe e a abraça novamente. — calma, mãe! Estou aqui. — o coração de Kimberly acelera, para ela, ver a mãe assim era praticamente impossível.
— Seu pai chegou ensanguentado em casa, eu não sabia o que pensar, ele falou que se envolveu em uma luta com você, mas não me deu mais detalhes, ele é um homem malvado, Kim, tive medo do que ele possa ter feito com você.
Kimberly olha para a mulher a sua frente. — eu estou bem, mãe, tive apenas alguns ferimentos superficiais, acredite, seu marido ficou pior do que eu. — a menina abre um sorriso convencido para a mãe que acaba rindo também.
As duas gargalham, até Kimberly soltar um fala que faz sua mãe se calar na mesma hora.
— Encontrei com Christopher. — Doroty olha para a filha com os olhos cheios de expectativas para que sua filha continue falando sobre ele.
— Co-como ele está? — a Greengrass mais velha gagueja.
— Ele está morando com Lily, mesmo com todo esse caos acontecendo, acredito que ele está feliz ao lado dela, os olhos dele finalmente estão brilhando. — Kimberly fala e sua mãe fica olhando fixamente para baixo até soltar uma risada e quando olha para a filha, seus olhos estão cheio de lágrimas novamente.
— Ele merece tanto, fico muito feliz por ele... assim como eu ficaria por você, se fosse atrás da sua felicidade também. — Doroty fala olhando no fundo dos olhos da filha, que desvia o olhar e respira fundo.
— Não posso, mãe, nem sei se um dia eu irei poder. — Kim fala, ainda sem olhar nos olhos de sua mãe.
— Sabe, você nunca conseguiu muito bem me enganar. — Kimberly finalmente a olha. — sei que você nunca quis fazer parte disso e que seu coração é muito bom... bom até demais para esse mundo, mas minha filha eu quero que você saiba, que essa guerra está muito acima de uma pessoa apenas resolver, você não pode abraçar o mundo, lembre-se que você sempre precisará de ajuda. Use como exemplo seu irmão, ele sabe muito bem disso, ele também tem um grande coração, mas está pondo sua felicidade em prioridade também.
Quem sente uma imensa vontade de chorar agora, é Kimberly, mas a menina controla o bastante suas emoções para não fazer.
— Algumas coisas devem ser sacrificadas, creio que isso é uma delas.
— Mas não precisa ser, você não é a responsável por salvar todo mundo e nem vai conseguir isso, você precisa pelo menos pensar nisso, prometa para mim.
A menina pensa por alguns segundos e sabe que seria inútil dizer ao contrário da mãe, por isso acaba concordando.
— Claro, eu prometo. — Doroty lhe lança um sorriso vitoriosa.
— Eu me arrisquei vindo aqui, preciso ir, mas fique sabendo que eu te amo, Kimberly, se você precisar de ajuda, saberá um jeito de me contatar.
Um nó do tamanho de Hogwarts se instaura na garganta da mais nova, ao ter que se despedir da mãe. Mas as duas fazem isso com muito pesar no coração.
Após sua mãe aparatar, Kimberly faz o mesmo, mas não para sua casa. A fala de sua mãe continua recente em seus pensamentos, por isso ela não pensa muito no que está fazendo, ela apenas aparata para a fronteira de um vilarejo já conhecido e começa a andar.
O nervosismo da menina a consome, ela pendura sua bolsa no ombros e esfrega suas mãos, já suadas, uma na outra e continua andando, até estar em frente a uma casa também já conhecida.
Vendo de fora, parece que não há nada de diferente desde a última vez em que esteve aqui, mas ela sabe que muita coisa mudou.
Kimberly não se deixa pensar tanto e não demora em ir a passos largos e alguns segundos depois estar batendo na porta de James Potter.
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With Other Eyes ━ James Potter
FanfictionWith Other Eyes | O pai de Kimberly Greengrass, já planejou toda a vida da filha. Ele tem muitos planos, tanto para ela, quanto para o gêmeo da menina. Kimberly não gosta nem um pouco da ideia de sua vida estar toda planejada, ela queria ter liberda...