Jake e Marisa

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   Em uma tarde, eu estava do lado de fora de casa brincando sozinha. Isa chegou e a gente começou a brincar de peixe e tubarão. Onde a gente fingia que tinha um tubarão no chão e tínhamos que escapar dele. Na frente da minha casa tinha uma árvore, e tinha um tronco enorme que a gente fingia ser uma prancha. Em meio a brincadeira eu acabei olhando pro tronco e outro personagem veio na minha cabeça.

O primeiro nome que eu pensei foi em Marisa, era uma personagem feminina, tinha cabelos castanhos, olhos claros e um sorriso branco e saudável. Eu gostei tanto de conseguir imaginar um ser único na minha cabeça que acabei falando o nome dela em voz alta, Isa logicamente escutou e perguntou quem era Marisa. Eu dei uma desculpa, dizendo que ela era minha prima, muito distante, não queria que ela me achasse louca e estranha.

A gente continuou brincando e minutos depois ela foi pra sua casa e eu pra minha. Lá eu imaginei de novo Marisa, onde eu e ela realmente éramos primas, onde Jake também se tornaria um primo meu, filho de uma tia. A gente passava a tarde em uma piscina, e brincava muito, perto de um jardim a gente corria e gritava, como se não ouvesse ninguém por perto, era como ter liberdade e não ter medo da opnião alheia.

Esse foi meu primeiro devaneio, eu não sabia o que era, só sabia que imaginar aquilo era bom demais, não tinha vergonha de falar com ninguém, nem medo de ser julgada, muito menos receio de me vestir do jeito que gostava. Eu não lembro totalmente detalhes desse devaneio em específico, mas sei que foi o primeiro de uma longa jornada na minha mente. Uma mente que até os nove anos de idade poderia ser considerada "saudável".

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  Marisa se tornou minha amiga imaginária, e por ser mulher era mais próxima de mim do que Jake ( eu naquela época era preconceituosa com homens. Ainda sou) eu gostava dos dois e de encontrar eles nos meus sonhos, como verdadeiros amigos, irmãos, e para quem perguntasse caso eu não conseguisse esconder, primos.
Sobre o meu preconceito com homens, bom, eu não sei bem, mas nunca tive muita amizade com eles. Hoje sou mais mente aberta, mas sempre me dei melhor com as mulheres.

Quando eu ia dormir, imaginava cenas criadas pela minha mente criativa, onde eu Marisa e Jake, estávamos sempre felizes, sorridentes, sociáveis, eu era diferente da Lay do mundo real, sem fantasias. A Lay do meu mundo era uma pessoa extrovertida, falante - posso chamar isso de um sonho ao invés de desvaneio, ou forma de tentar dormir, por que eu realmente sonhava em ser assim. Ser alguém.

Comecei a falar pra Isa que eles eram meus primos( sim, eu mentia). Falava pra ela que eles moravam em outra cidade e que já tinham vindo pra cá, quando eram pequenos. Ela como sempre, ficou curiosa e perguntava frequentemente sobre os dois, o jeito, se tinham pais, e até se o Jake era bonito e tinha namorada, se eu namorava com ele, vê se pode, dizer que ela era metida seria muito pouco pra descrever tamanha criatura. Era de uma curiosidade sobre a vida alheia absurda, sua vontade ser saber cada passo percorrido por todos era assustadora, uma fofoqueira de primeira.

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Os primos de LayOnde histórias criam vida. Descubra agora