Capítulo 2

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Meus punhos se fecham em minha saia, subindo enquanto marchamos pela grama alta até o topo da colina. Serafina segue ao lado de Mira e eu, enquanto outra criada caminha ao lado de Dary, carregando apenas uma garrafa de hidromel. Dary segura as cestas de piquenique que as criadas deveriam carregar. Eu quero fazer uma piada que ele está tentando impressionar a garota loira ao lado dele, mas na verdade, Dary é assim mesmo.

Ele é muito diferente da maioria dos membros da realeza que conheci. Embora ele seja convencido e um pouco arrogante às vezes, essas não são as partes centrais de sua personalidade. Ele é gentil e compreensivo; ele é uma pessoa genuinamente boa e amiga. Tenho sorte de ter sido prometida à Dary e não a outro príncipe. Nem todo mundo teria sido tão compreensivo ou atencioso com minha situação. Alguns até teriam usado isso como meio de manipulação, uma maneira de me obrigar a fazer o que eles quisessem.

Eu fui abençoada nesta vida. Não tenho certeza do que fiz em qualquer vida passada para justificar um tratamento tão justo, mas estou feliz pelo favor dos Deuses.

Serafina corre à nossa frente, estendendo um cobertor no chão antes que Dary coloque as cestas no chão. A garota de cabelos louros (não sei o nome dela) sorri timidamente para cada um de nós antes de entregar o hidromel ao príncipe.

— Obrigado, Danielle.

Ele ronrona. Mira revira os olhos e eu rio enquanto aliso meu vestido atrás das pernas e me sento no cobertor. Mira se inclina casualmente de lado, alcançando a cesta enquanto as meninas fazem uma reverência para nós antes de sair correndo.

— Danielle, não é?

Mira pergunta enquanto coloca um pedaço de queijo na boca.

— É

Dary responde, suas bochechas corando.

— Não comece.

— Eu não sabia que você tinha uma queda pelas criadas.

Mira o cutuca, então seus olhos caem para mim.

— Vocês dois são muito parecidos.

— Nós não somos,

Eu gemo, pegando a garrafa de cerveja. Eu tomo um longo gole antes de largá-la novamente e desamarrar meu cabelo enquanto castigo Mira por sua calúnia.

— Eu não tenho nada por criadas.

— Não

Dary concorda em uma voz severa.

— Ela tem uma queda pelo que não pode ter.

— Não temos todos nós?

Mira suspira melancolicamente. Eu zombo, jogando um pedaço de fruta nela antes de pegar outro. Costumávamos fazer muito isso, quando crianças. Dary, Mira e eu saímos para as colinas que cercam o castelo e brincávamos por horas. A babá teria que nos perseguir dentro de casa, quase todos os dias.

Nada é melhor do que deitar na grama, rindo do céu.

Mira sopra um dente-de-leão enquanto Dary divaga sobre essa Danielle dele.

— Eu não posso persegui-la, obviamente. Mas ela estava flertando, qual é o problema em mostrar interesse?

— Oh, eu posso pensar em algumas coisas.

Eu rio.

— Eu digo para se divertir enquanto pode, Dary. Um dia você vai se casar e vai desejar saber como era o gosto da criada de sua juventude, para poder sonhar com isso quando for velho e grisalho.

Estimada (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora