Capítulo 19

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Observo enquanto Camila sobe pelo túnel. Ela está acendendo pequenas fogueiras em cada cômodo, para manter as cavernas mais quentes para mim. Enquanto seu calor combinado com o fogo mantinha seu quarto muito quente, a tempestade de neve se transformou em algo mais parecido com uma nevasca esta manhã.

Enrolo as pontas do suéter grosso em minhas mãos enquanto caminho em direção à borda. Embora o ar esteja gelado, a neve é linda. Meus olhos vagam pelas copas das árvores, pesadas com grandes aglomerados de branco, para os flocos de neve ainda caindo muito mais rápido do que eu poderia imaginar.

Um conjunto de braços quentes me envolve e eu suspiro, inclinando minha cabeça para trás contra o peito de Camila enquanto ela me segura.

— Você parece tão encantada com isso.

Ela murmura contra o meu cabelo.

— Não vejo neve com frequência e nunca a vi assim

Sussurro, acenando com a mão em direção aos grandes flocos fofos que giram no ar e aumentam os centímetros que se acumulam no solo abaixo. Pequenos pedaços de neve agarram-se à borda da saliência onde estamos, e eu me curvo, pegando um punhado e o coloco em uma bola apertada.

— O que você está fazendo?

Camila rosna. Eu me viro para encará-la, meus lábios se curvando em um sorriso malicioso enquanto vejo seus olhos se arregalarem.

— Lauren...

A bola de neve atinge seu rosto, pequenas lufadas de vapor subindo onde encontra o calor de sua pele. Ela estreita os olhos em mim, uma mão esguia segurando seu quadril.

— Tesouro.

Ela rosna.

— Sim?

Eu grito, dando um passo para trás, para longe dela, mais fundo na caverna.

— Você me atingiu?

Ela pergunta, dando um passo lento para frente.

— Hmm...

Me arrasto pelo chão de pedra o mais rápido que posso, mas não sou rápida o suficiente. Eu deveria ter calculado melhor, sério. Camila é uma predadora, eu não poderia fugir dela. Quando seus braços me envolvem por trás, eu me viro para encará-la e rapidamente pressiono meus lábios nos dela.

— Mmm, não acho que você pode me beijar para sair disso

Ela ri, tirando uma mecha de cabelo do meu rosto.

— Humana problemática.

— Dragão bestial.

Eu atiro de volta com um sorriso.

Camila revira os olhos, enxugando um pouco da água que não evaporou de sua pele.

— Por que você jogaria neve em mim?

Ela pergunta, exasperada.

— É divertido

Eu rio.

— Como uma brincadeira.

— Jogar neve em outra pessoa é uma brincadeira? Os humanos são tão estranhos

Ela murmura, balançando a cabeça. Eu chego para frente, tirando um pouco de neve de seus cachos com um sorriso no rosto.

— Não brinco na neve desde que era uma criança, quando minha mãe ainda estava viva.

Sussurro.

Os olhos de Camila fixam-se nos meus, sua expressão de dor. Ela parece culpada. Eu acredito quando ela diz que não matou minha mãe, mas a expressão em seu rosto me diz que ela sabe mais do que deixa transparecer.

Estimada (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora