Capítulo 4

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Camila

Passo meus dedos pelo meu cabelo, evitando contato visual com os humanos locais enquanto eu vago pelo mercado. Venho a este mercado há décadas, desde que o ergueram no sopé das montanhas. Era um lugar brilhante para hospedar um mercado, realmente. Qualquer viajante que cruzasse as montanhas de Belvedere conheceria este mercado primeiro.

Eles têm uma estalagem, uma taverna e todo tipo de loja que o viajante cansado nunca soube que precisava examinar antes de seguirem para Vanir.

É a armadilha perfeita para pequenos viajantes.

Eu rio para mim mesma enquanto outro humano me chama para sua barraca, acenando algo brilhante em minha direção. Eu me viro para ele, incapaz de ignorar o brilho da luz refletindo no metal e paro, esperando por seu discurso.

— Olá, senhorita

Ele sai correndo.

— Você já viu um ovo de dragão antes?

Minha sobrancelha arqueia e eu balanço minha cabeça.

— Não. Eu nunca vi um ovo de dragão, você viu?

Eu coloco minhas mãos na frente da minha cintura, esperando para ouvir qualquer história magnífica que ele está vendendo para acompanhar aquele belo pedaço de metal. É em forma de ovo, certamente. É dourado e lindo e tudo que eu adoraria ter guardado no meu ninho. Mas não é um ovo de dragão.

Porque não botamos ovos. Os dragões dão à luz em suas formas humanas, da mesma forma que os humanos, com pequenos recém-nascidos vivos que se contorcem e choram muito.

— Bem, agora você viu

Ele me garante, apontando para a bela decoração.

— E há um dragão bebê naquele ovo?

Eu pergunto, inclinando minha cabeça para o lado enquanto estudo a bugiganga.

— Ora, claro que não. Este nunca foi fertilizado.

— Mmm...

Murmuro, estendendo minha mão. O homem suado estreita os olhos para mim antes de colocar o prêmio na minha palma. É leve, oco. Posso entender como ele pode fazer um humano pensar que é um ovo.

— E quantas moedas você quer por este seu óvulo não fertilizado?

— Cinquenta douradores.

Ele murmura rapidamente, seus olhos negros redondos brilhando de excitação.

— Cinquenta? Não.

Eu coloco o ovo com cuidado na barra de madeira que separa o público de seus produtos e começo a me virar.

— Espere! Que tal trinta?

— Trinta douradores por um ovo vazio? Acho que não.

Eu rio enquanto examino as arquibancadas do lado de fora de sua barraca. Cobertores e tapeçarias caem cuidadosamente sobre suportes de metal, exibindo seus belos padrões.

— Trinta douradores e eu colocarei uma daquelas tapeçarias.

Ele diz suavemente enquanto meus dedos deslizam pelo bordado de uma delas.

— Hmm.

Digo em voz alta enquanto traço o padrão na tapeçaria. Ele mostra um leão com chifres rugindo do topo de uma colina enquanto uma tempestade assola ao fundo. Eu gosto bastante dele.

— Vinte e cinco.

Eu suspiro, já puxando a tapeçaria da prateleira.

— Trinta.

Estimada (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora