Richarlison | Tottenham

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A mulher fechou a porta de casa com um pouco mais de força do que era necessário. Mas estava tão irritada com todos os acontecimentos passados que quebrar a porta era o menor de seus problemas.

  — Eu só não entendo a sua atitude em relação a isso. — Richarlison contesta, odiando aquela tempestade em copo d'água.

É claro que ele não entende, nunca entende porra nenhuma, um sonso do caralho. Ana Cristina pensa enquanto se senta no sofá para tirar o salto.

  — Ela estava claramente dando em cima de você! Como você esperava que eu fizesse? "Olá, linda, já que gostou tanto do meu namorado leva ele pra sua casa, aproveita e faz um teste grátis"?! — Ana retruca, ainda se lembrando de como a mulher deu em cima de seu namorado na cara dura, com ela ao lado dele e simplesmente fingiu que ela não existia.

  — Ela só estava sendo gentil.

  — Você é muito idiota se acha que ela só estava sendo gentil com você.

  — E daí?! Não importa se ela estava dando em cima de mim, o que importa é a minha atitude em relação a isso? Ou você acha que eu dei moral pra garotona?

  — Então você admite que sabia que ela estava dando em cima de você? — Ana pergunta cruzando os braços. — E não ia fazer nada sobre isso? Ia deixar isso acontecer, na minha frente? — A mulher da ênfase para vê se o jogador entende os seus motivos.

O que mais machucou Ana Cristina foi ele não ter feito nada, foda-se se ele não deu moral pra ela, ele também não a recusou. Apenas a deixou falar, até Tina intervir e tirar o jogador de perto — antes que todo o feminismo de seu corpo evaporasse e arrastasse a mulher pelo cabelo.

  — Como é cabeça dura, meu pai eterno! Eu vou te dizer pausadamente pra tu entender. Eu. Não. Estou. Nem. Aí. Pra. Essa. Garotona. Porque. Eu. Te. Amo. — A mulher para por um tempo e o encara insegura.

Eles estavam juntos a pouco tempo, e essa era a primeira vez em que algum dos dois falava essas três palavrinhas. Não que Ana Cristina não o amasse, ela amava, mas aprendeu da pior forma que não se deve dizer essas palavras com tanta facilidade.

  — Você me ama? — A mulher deixa Richarlison quebrar mais um bloco do seu enorme muro em volta de seu coração.

E nesses três meses desde que se conheceram, Richarlison foi removendo cada bloco aos poucos, com paciência e cuidado.

Ele odiava cobranças e pressões desnecessárias, mas ele conhecia Ana e a amava o suficiente para entender que tudo isso é parte de um longo processo.

  — Claro que sim, Tina! Estamos juntos tem dois meses, mas eu sinto como se te conhecesse a minha vida inteira. Você me apoia e tem a sua própria vida, não depende de mim. E mesmo sendo uma cabeça dura tem o seu jeito único que encanta todos ao seu redor, eu não iria querer outra pessoa além de você. Me entendeu agora?

— Hm, tá. — A mulher não dá o braço a torcer, mas se desmonta quando o jogador pega com firmeza sua nuca, com seus dedos agarrando levemente seu cabelo.

— Me entendeu? — Richarlison repete.

— Sim. — Ana responde mau humorada — Mas faça isso de novo que eu arranco o seu pau fora.

— Não, você não faria isso. — O platinado responde, raspando seu nariz pelo pescoço da mulher — É a sua parte favorita em mim.

  — Você está se achando demais, jogador. — Tina solta um risinho debochado.

  — Eu não preciso me achar, meu bem, eu me garanto. Você sabe muito bem disso. — Richarlison leva seus lábios até a orelha de Ana — E acho que todos os seus vizinhos também, depois do espetáculo que você deu ontem.

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𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 | Seleção brasileira Onde histórias criam vida. Descubra agora