Raphael Veiga | Palmeiras

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O casamento estava lindo, os tons de branco champanhe com um azul turquesa claro deixavam um ótimo contraste com a grama verde e o sol laranja evidenciando o fim de tarde.

Era uma chácara linda, e apesar de não ter explorado o casarão, tinha certeza que era tão charmoso quanto a vista.

A morena não era uma grande fã de casamentos e talvez culpasse seus pais por isso, mas se um dia alguém a escolhesse para casar, algo com esse estilo estaria nos planos dela. Carol sempre teve um ótimo bom gosto tanto roupa e decoração quanto para homens.

Ela riu sozinha com esse pensamento, quem diria que dos dois o uruguaio era o mais confiável.

Beatriz deveria saber que seu lugar não era ali, mas nunca deixaria de ir ao casamento de Joaquín e Carolina. Principalmente sendo uma das madrinhas e melhor amiga da noiva.

Porém olhar para Raphael e Bruna no mundinho deles como se fossem o casal mais perfeito do mundo estava a deixando enjoada. Nada ali nos dois era perfeito. Talvez fosse antes dela aparecer e bagunçar tudo. Como sempre faz.

A cerimônia tinha acabado a alguns minutos e a festa mal tinha começado, Beatriz estava ciente que não deveria beber, mas ela precisava de pelo menos uma taça de champanhe para aguentar tudo isso que estava vendo. Nunca teve tanto à vontade de ser cega.

A loira exibia um anel de noivado com um diamante gigante para os amigos de Raphael, mostrando a todos qual foi a escolha do jogador.

  — Aqui está sua bebida, senhorita. — Gabriel Menino chega acompanhado da namorada Brendha e o jogador colombiano, Richard.

Pegando a taça, a primeira coisa que faz é dar um longo gole, fazendo uma careta logo em seguida.

— Isso aqui tá sem álcool. — A mulher reclama para Gabriel.

— E você sabe muito bem o porquê de estar sem álcool, Beatriz. — Embora a mulher fosse 5 anos mais velha, era o jogador que estava lhe dando um sermão, dando uma de responsável como se há dois dias atrás não estivesse chorando por ter cortado o dedo mindinho com papel.

— Não é como se eu fosse ficar assim por muito tempo. — Resmunga baixinho para apenas o Gabriel ouvir, fazendo o mesmo soltar um suspiro cansado. Eles têm discutido isso por dias.

— Você deveria conversar com ele antes de decidir alguma coisa.

— E você acha que isso vai mudar a decisão dele? Eu passei anos apenas na esperança de que a gente pudesse ser algo a mais, Gabriel, um bebê não vai fazer ele me amar. — A morena solta um riso triste, tentando não pensar muito no assunto antes que chore. Malditos hormônios. — De qualquer forma, ele ficaria por obrigação e não por realmente me amar.

Gabriel Menino a olha um pouco decepcionado, ele era amigo dos dois e sabia os dois lados da história. Uma simples conversa mudaria tudo, mas aparentemente Beatriz desconhece essa palavra, juntamente com o ato de pedir desculpas.

  — Vocês dois são uns idiotas, na moral, e eu não vou nem falar mais nada já que você só faz o oposto de tudo o que eu digo.

— E você sabe que eu não tenho muitas opções, Gabi. — A morena contesta, e de fato não lhe restava muitas opções.

Apesar de seu ciclo de amigos a maioria ser jogador ou com um poder aquisitivo, ela era uma pobre fodida que trabalhava para sustentar a si e seus pais. Sua irmã mais velha fugiu para não ter que lidar com os pais e sobrou apenas para ela o trabalho disso. Não tinha condições de colocar uma criança no caos que é o seu mundo, por mais apegada que ela estivesse com o pequeno feto que crescia dentro de sua barriga.

Se ela tivesse com Raphael seria mais fácil, ele sustentaria a criança, e agora sabia que isso era apenas um sonho irreal. E Beatriz era cabeça dura e orgulhosa o suficiente para recusar qualquer tipo de ajuda de Gabriel Menino estivesse disposto a oferecer.

Ele era o único que sabia, não seria de bom tom encher Carol com seus problemas antes de seu casamento, ela já estava estressada o bastante.

  — Só converse com ele, Bia... As vezes uma conversa resolve tudo. — Gabriel aconselha a morena antes de abraçar a Brendha por trás.

A morena apenas o ignora e sai de perto resmungando, sem se importar se estava agindo com uma menininha mimada.

Ela tinha o direito de agir assim, de ser orgulhosa e decidir tudo sozinha. Raphael a deixou, se ele quisesse dar pitaco que tivesse escolhido ficar com ela.

Ao chegar próximo da mesa dos padrinhos, Beatriz nota que seu ex está sentado na mesa e a mulher agradece a Carolina por deixá-la o mais distante possível dos dois.

Não suportava mais olhar para ninguém, gostaria de ficar no seu canto quieta até dar um horário aceitável para ir embora.

  — Sabe que ainda podemos ser amigos, não? — A voz de Raphael se faz presente e pôde notar que agora ele está sentado na cadeira a sua frente. — Não quero perder sua amizade.

Beatriz pensou se seria uma boa ideia apenas o ignorar e o deixar falando sozinho, mas poderia notar a loira oxigenada os observando de longe ocupada em seu grupinho de amigas com os olhos sempre em seu tesouro.

  — Não, não podemos, Raphael, e você sabe muito bem disso. — A mulher o responde firme.

  — Eu sinto a sua falta. — O jogador declara, esperando quebrar um pouco a armadura envolta da mulher, que por sua vez estava enjoada dessa conversa.

  — Se sentisse estaria comigo, não se pode ter duas coisas ao mesmo tempo. — Beatriz rebate irredutível, então aperta os lábios, talvez o seu enjoo não fosse apenas da conversa.

  — Tá tudo bem? — Veiga pergunta preocupado com a mudança de estado da mulher.

  — Tudo ótimo. — Responde tentando sorrir, embora tenha a certeza de que saiu como uma careta. Então a ânsia vem mais forte, e sabendo que não iria conseguir segurar, Beatriz se levanta com tudo e corre na direção de algum banheiro sendo seguida pelo meio campista.

A mulher abriu pelo menos duas portas até achar o lavabo, enfim colocando tudo para fora. Podia sentir Raphael segurando seu cabelo para não sujar e acariciar suas costas com a outra mão.

  — Tem certeza que está bem? — Raphael pergunta preocupado assim que a mulher retirou sua cara do vaso.

  — Uhum, é normal. — Beatriz responde cansada.

  — Não é normal vomitar, Beatriz. — Contesta.

  — Pra mim é. — Resmunga a mulher e então se levanta para limpar a boca e retirar o gosto ruim da língua. — E você está fazendo o que aqui? Devo lembrá-lo que sua noiva nesse momento deve estar desesperada atrás de você? Certamente pensará nas milhares maneiras de me matar se o encontrar aqui comigo.

A simples menção a Bruna fez com que os ombros de Raphael caíssem, sabia que a loira não o deixaria dormir em paz se os encontrar. Então ele suspira cansado, sem forças para continuar nessa brincadeira de quem está certo ou não.

  — Quando quiser conversar sobre o que está acontecendo, pode me ligar. — Raphael sussurra, levando uma de suas mãos a bochecha da morena e põe os fios castanhos espalhados pelo rosto atrás da orelha para visualizar seus olhos por completo.

Então, Raphael sai do lavabo deixando Beatriz sozinha lá.

𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 | Seleção brasileira Onde histórias criam vida. Descubra agora