CAPÍTULO 6 - LOUCURAS
Foi nesse momento que o silêncio foi quebrado, ela começou a chorar de forma copiosa, e sem disfarçar as lagrimas, elas caiam repetitivamente, era como se a um longo tempo estivessem sendo reprimidas, o que era uma verdade de fato. Talvez de alguma forma isso pudesse aliviar a dor em algum momento, as lágrimas vinham acompanhadas de soluços, o que representava a dor que sentia. Aquele cheiro de comida e a família envolta da mesa, despertaram sentimentos de tempos em que foi feliz.
As crianças apenas observavam, do mesmo modo que o anfitrião, não havia reação para aquele momento. Durou alguns minutos, até algo estranho aconteceu, fazendo com que ela parece de chorar de forma repentina.
Ouviu um barulho que vinha de um dos quartos, alguém gemia de dor, eram um som estridente, como um verdadeiro pedido de socorro.
- O que é esse barulho? - perguntou ela se levantando- Parece que alguém está em perigo e precisando de ajuda.
- Isaac, me ajude por favor... - dizia a voz ecoando pela casa, em um sussurro de dor.
- Minha esposa está muito doente, já tentei de todas as formas, mas a febre não passa.
- Posso vê-la? Talvez consiga ajudar.
Ele apenas gesticulou com a cabeça em sinal de positivo enquanto se levanta.
-Já faz algum tempo que não sei o que é dormir, ela geme de dor quase que a noite inteira.
- Para agradecer ao senhor pela hospedagem, vou ficar aqui cuidando dela, conheço a algumas ervas que podem ao menos amenizar a dor... enquanto isso, pode dormir no quarto com os meninos.
- Você tem certeza disso, não é uma tarefa fácil...
- Sim tenho, pode ir descansar.
- Obrigado... afinal, qual a graça da senhorita?
- Sofia, o senhor é o Isaac, certo?
- Sim... desde já fico grato, Deus ouviu minhas preces, e me enviou um anjo para me socorrer.
Ela deu um sorriso constrangida, agradeceu o elogio, mesmo sabendo que não era digna de tal rótulo.
Os dias foram passando, e os cuidados que tinha com a mulher já estava dando resultados. Já fazia quase uma semana que a mulher não tinha febre. A mulher dormia, parecia estar em coma.
Sofia estava sentada ao lado da cama, com um pano molhado ia passando pelo corpo despido da mulher. De repente, a mulher abre os olhos, e tenta se levantar de forma súbita, Sofia então a impede de se levantar, pedindo para que ela ficasse calma.
- Acalme-se senhora, está tudo bem...
- Não, você não entende, precisa ir embora...
-Do que está falando? Não estou entendendo... precisa se acalmar.
A mulher então respira fundo e em seguida...
- Faça o seguinte... é muito importante que você me ouça... preciso que amanhã bem cedo, antes mesmo do nascer do sol, arrume suas coisas e vá embora...
- Por que isso agora? Não entendo...
- Para seu próprio bem, faça o que estou pedindo, outra coisa não diga a Isaac que conversamos, para todos os efeitos, ainda continuo dormindo, é questão de vida ou morte.
Na manhã antes dos primeiros raios de sol, Sofia, faz conforme a mulher havia pedido.
Quando os primeiros raios de sol surgiram ela já estava a uma certa distância da casa. Embora a distância não foi o suficiente, de repente, ela decide olhar para trás, e viu uma fumaça preta entre as arvores. Rapidamente, deu meia volta, e seguiu novamente em direção a casa onde estava.
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QUANDO O AMOR MATA
RomantizmUm triangulo amoroso envolvendo dois irmãos, Carlos e Antônio. Um amor que foi capaz de transformar as vidas de ambos, tanto para o bem quanto para o mal. A história é narrada no final do século dezenove, em uma fazenda de café, no sul da Bahia. Os...